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Ria Formosa: “que nenhuma casa seja demolida”

Catarina Martins defendeu a paragem das demolições de habitações na Ria Formosa, que haja reflexão sobre o problema das ilhas-barreira e uma classificação dos núcleos históricos, como “a AR já aprovou”. O Bloco espera que o governo cumpra o prometido.
Catarina Martins defendeu a paragem das demolições de habitações na Ria Formosa
Catarina Martins defendeu a paragem das demolições de habitações na Ria Formosa

Catarina Martins visitou neste domingo, 19 de fevereiro, o núcleo de habitações do Farol na ilha da Culatra.

A coordenadora do Bloco de Esquerda começou por lembrar que “na ilha da Culatra há 3 núcleos habitacionais e já houve o projeto de demolir mais de 500 casas”, mas “levámos esta luta dos habitantes da ilha à Assembleia da República (AR) e boa parte das casas hoje já não está ameaçada de demolição, mas o processo de demolição ainda não acabou”.

"Algumas dessas casas [em risco de demolição] são a única habitação dessas famílias e não há nenhuma alternativa. Ninguém conversou com estas pessoas e ninguém percebe os critérios por que estas casas vão ser demolidas”, criticou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco criticou também a Polis, autora do projeto, que “tem usado critérios diferentes conforme os núcleos habitacionais e mesmo diferentes ao longo do tempo” e afirmou: “tudo indica que isto não se trata de um processo que tem a ver com problemas ambientais, mas sim de um processo de especulação imobiliária”. E exemplificou com o caso de uma outra ilha, “mesmo aqui ao lado”, onde as casas foram demolidas e agora “tem um restaurante privativo para turismo”.

Catarina Martins defendeu então duas coisas:

  • “Primeiro, que nenhuma casa seja demolida na terça-feira”. E justificou que “os dados que o governo tem não são dados em que possa confiar” e que “a Polis já mostrou, com o processo que vinha do anterior governo, que os seus critérios não são de confiança”. Salientou ainda que “todo o processo [vindo do anterior governo] estava inquinado”.
  • “Em segundo lugar, a Assembeia da República aprovou já em dezembro e o Bloco bateu-se por isso uma classificação dos núcleos históricos destas ilhas”, propôs a coordenadora do Bloco, alertando que é preciso alterar o plano de ordenamento costeiro e “reconhecer estes núcleos históricos como a AR já votou e já aprovou”.

“Estabilizar, respeitar quem aqui vive, conversar com as pessoas que aqui vivem e não fazer demolições que vêm de um processo inquinado do anterior governo e que não há razão nenhuma para confiar nestes critérios”, concluiu Catarina Martins.

A coordenadora bloquista salientou ainda que "o Partido Socialista prometeu nas eleições a estas populações que protegeria as suas habitações e, por isso, nós estamos de acordo com o Governo nesta matéria".

"Nós aqui não estamos a falar de nenhuma divergência, estamos a lembrar ao Partido Socialista que deve fazer aquilo que prometeu fazer nas eleições a estas populações", salientou, relembrando que se trata de um processo inquinado e apelando a que não haja nenhuma demolição.

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