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Reflexão sobre trabalho operário em cena no D. Maria II

No âmbito do ciclo “Portugal em vias de extinção”, o Teatro Dona Maria II, em Lisboa, estreia esta quinta-feira a peça “Eu uso termotebe e o meu pai também”, uma reflexão sobre o trabalho operário e a sua emancipação, até à atualidade.
Reflexão sobre trabalho operário em cena no D. Maria II
Foto de Teatro Nacional D. Maria II.

A peça, apresentada pela Casa da Esquina, inclui testemunhos de cerca de 20 pessoas - operários fabris, empresários, sindicalistas e sociólogos. O objetivo passa por “desenterrar o passado e trazê-lo para a memória dos nossos dias”, explicou à imprensa Ricardo Correia, autor do texto e da encenação. Estará em cena na sala Estúdio até domingo, dia 11 de fevereiro.

Ricardo Correia, filho e neto de operários, há muito que desejava fazer uma peça sobre as memórias das indústrias do Vale do Ave, muitas delas já encerradas. “Desenterrar e voltar a mostrar [aquela realidade industrial] para que continue viva”, é como o autor define o “gesto artístico” da peça que serve também para investigar os processos de transmissão do trabalho em Portugal, em que, muitas vezes, as profissões passam de pais para filhos.

“De certa forma, essa realidade continua viva, porque as pessoas vivem ao lado das fábricas que faliram, vivem à volta desses monstros abandonados e quase não fazem o luto disso, porque é o quotidiano”, salientou.

A peça é uma coprodução do Nacional D. Maria II com o Teatro Académico Gil Vicente, de Coimbra, o Teatro Aveirense e o Centro Cultural Vila Flor, onde será representada após a saída de cartaz, em Lisboa. Trata-se da terceira de cinco peças integradas no ciclo “Portugal em vias de extinção”.

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