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Reaberta polémica do envolvimento saudita nos atentados de 11 de setembro

Um dos membros da comissão de investigação aos atentados de 11 de setembro de 2001 afirma que há provas claras do apoio à rede da al-Qaeda nos EUA por parte de seis funcionários do governo saudita. Aumenta a pressão para a divulgação do “capítulo saudita” do relatório da comissão, mantido até hoje em segredo.
Obama prometeu para breve uma decisão sobre a divulgação total ou parcial das 28 páginas que têm provocado muita especulação. Foto arquivo Casa Branca/Flickr

As conclusões do relatório da comissão de investigação criticaram a Arábia Saudita por apoiar o ramo fundamentalista islâmico seguido pela al-Qaeda e as ligações entre a família real e algumas organizações de caridade que financiaram a al-Qaeda antes do 11 de setembro. Mas foi afastado o envolvimento direto na preparação ou ajuda financeira aos atentados e o resultado final foi lido como uma absolvição de Riade, o que deixou incomodados alguns dos membros da comissão.

“Eles podem não ter sido acusados, mas estavam certamente envolvidos. Havia imensas provas circunstanciais”, afirma John Lehman, citado pelo Guardian.  

Este membro do Partido Republicano, banqueiro de investimento que foi ministro da Marinha na administração Reagan afirma que dos cidadãos sauditas mencionados na investigação, seis seriam funcionários governamentais. Até agora, os responsáveis da investigação tinham admitido o envolvimento de um ex-diplomata do consulado saudita em Los Angeles. “O nosso relatório nunca deveria ter sido lido como uma absolvição da Arábia Saudita”, conclui Lehman, que no entanto exclui a hipótese de envolvimento da família real ou dos principais líderes do então governo saudita.

A comissão classificou de secretas as 28 páginas do relatório que tratam do envolvimento de cidadãos sauditas no apoio ao grupo terrorista que executou os atentados. Nos últimos meses, tem aumentado a pressão para a divulgação destas 28 páginas escritas em 2002, mas o assunto  divide a comissão.

No regresso da sua visita à Arábia Saudita em abril, Barack Obama anunciou para breve a decisão de divulgar as célebres 28 páginas, ou pelo menos algumas delas. A resposta não tardou por parte do diretor da CIA, depois acompanhado pelo presidente e o vice-presidente da comissão, bem como do seu diretor executivo: as 28 páginas não trazem nada de novo às conclusões e contêm informações que não são exatas e podem lançar suspeitas sobre pessoas que foram entretanto afastadas de suspeitas.

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