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Próximo ano exige "coragem política” e “investimento nos serviços públicos”

Marisa Matias concorda com o Presidente da República sobre a necessidade de Portugal se “reinventar”, mas sublinha que “é preciso perceber em que medida o Estado falhou na questão dos incêndios” e também “pôr o crescimento económico ao serviço das pessoas”.
Próximo ano “exige coragem política” e “investimento nos serviços públicos”
Para o Bloco, “os incêndios lembraram, da forma mais dolorosa, o que foi o desmantelamento dos serviços públicos e a necessidade de os recuperar”, disse Marisa Matias.

Na sua mensagem de ano novo, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 2017 foi "estranho e contraditório", e que 2018 tem de ser o "ano da reinvenção". O Presidente da República fez a declaração de Ano Novo a partir da sua residência, em Cascais, na noite deste dia 1 de janeiro, destacando “os grandes sucessos” de 2017, como o crescimento económico, o reconhecimento de Bruxelas do fim do défice excessivo, a presidência do Eurogrupo e até a vitória portuguesa na Eurovisão; e também “as grandes tragédias” do ano, como os incêndios deste verão.

No seu comentário à mensagem do Presidente, Marisa Matias considerou que “este ano foi, de facto, marcado pela tragédia, mas também pela recuperação económica”, defendendo que o próximo ano exige "coragem política” e “investimento nos serviços públicos”.

“No que diz respeito, estritamente, à questão dos incêndios, é necessário perceber onde é que o Estado falhou. E o Estado falhou. É preciso retirar lições, não apenas pondo em prática aquelas que foram as leis aprovadas para o ordenamento do território e da floresta, mas também investir a sério no interior, investir a sério na proteção civil. Aí, creio, que poderemos estar a falar de um cenário de reinvenção”, disse a eurodeputada do Bloco de Esquerda.

Para Marisa Matias, “pagámos uma fatura muito cara, muitas pessoas perderam a vida, a suas propriedades e os seus rendimentos e isso exige uma certa dose de reinvenção; quanto mais não seja, no sentido de tentar voltar a colocar os serviços públicos de onde eles nunca deveriam ter saído”. Para o Bloco, “os incêndios lembraram, da forma mais dolorosa, o que foi o desmantelamento dos serviços públicos e a necessidade de os recuperar”, disse Marisa.

"Há outra palavra para o próximo ano, não é apenas a reinvenção, é também a consolidação"

Neste sentido, respondendo directamente ao apelo de “reinvenção” deixado por Marcelo, a eurodeputada afirmou que “há outra palavra para o próximo ano, não é apenas a reinvenção, é também a consolidação – do caminho económico e social que está a ser feito, mas que falta ainda chegar a tanta gente (…). Estamos num país de salários baixos, de pensões baixas, em que é preciso investir nos serviços públicos. Um país com muita precariedade, muita pobreza, muita desigualdade, por isso, é preciso consolidar o caminho que está a ser feito”, salientou Marisa Matias.

A eurodeputada bloquista disse, então, que a análise de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o percurso económico percorrido por Portugal no último ano “é uma analise correta”, mas sublinhou que “é preciso pôr o crescimento económico ao serviço das pessoas”.

Numa nota final, referindo-se aos desafios internacionais evocados pelo Presidente da República, Marisa Marias defendeu que “Portugal deve colocar-se no mundo como o promotor da paz, e também defender-se economicamente dos choques externos”.

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