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Promiscuidade política marca início de novo mandato de Merkel

Ronald Pofalla, ex-ministro e homem forte de Merkel, foi contratado como lobista chefe por uma empresa pública alemã, após ter anunciado que iria abandonar todos os cargos públicos. O caso está a indignar a Alemanha e a manchar o início do novo mandato da chanceler alemã.
Ronald Pofalla e Angela Merkel. Um membro da direção da empresa ferroviária alemã recebe entre 1,3 e 1,8 milhão de euros por ano

Até dezembro do ano passado, Ronald Pofalla ocupava o cargo de chefe da Casa Civil de Angela Merkel. Nessa altura, informou que iria abandonar todos os cargos públicos, a fim de se dedicar integralmente à carreira profissional no setor privado.

Soube-se agora que, o também ex-ministro para os Assuntos Especiais, entrará no segundo semestre deste ano para a administração da empresa pública ferroviária alemã Deutsche Bahn. Para o efeito, foi criado um departamento novo, inexistente até ao momento, que terá como principal função “cultivar contactos com a política”, explica a edição online do Deutsche Welle, entenda-se lobby.

O cenário de promiscuidade é claro: um dos homens de maior confiança da atual chanceler, ex-secretário-geral da CDU e em tempos seu líder parlamentar, ocupará o cargo de lobista chefe numa empresa pública alemã,que conta com vários interesses e negócios internacionais.

As críticas não tardaram, Gerard Aschoff, vice-presidente da associação de passageiros ferroviários, acha que existe um claro conflito de interesses na vontade deste dirigente conservador alemão querer, agora, manter o seu lugar de deputado e acumulá-lo com o de membro da administração da empresa pública. Na Alemanha, o cargo de deputado é em regime de horário integral.

“E agora ele quer paralelamente assumir um segundo emprego em regime integral, ainda melhor pago, na Deutsche Bahn. Eu digo, não dá, até mesmo por uma questão de tempo." Um membro da direção da empresa ferroviária alemã recebe entre 1,3 e 1,8 milhão de euros por ano, avança o DW.

Os partidos da oposição e alguns dirigentes do SPD, parceiro de Merkel na coligação, vieram a público criticar a instantânea mudança de opinião de Pofalla e exigiram a sua renúncia ao cargo de deputado.

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