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Primeiro dia de greve nos museus e monumentos com 70% de adesão

O primeiro dia da greve nacional dos museus e monumentos conseguiu 70% de adesão, com vários museus por todo o país totalmente encerrados. 

70% dos trabalhadores dos museus e monumentos aderiram ontem ao primeiro dia de greve nacional convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas (FNSTFP).  

Torre de Belém, museus de Arqueologia, Etnologia, Traje e os dois polos do museu dos Coches, encerraram totalmente, enquanto que o Museu Nacional de Arte Antiga manteve o funcionamento parcial com apenas quatro funcionários, todos os restantes aderiram à greve. Nos Jerónimos, apenas dois trabalhadores garantiram o serviço de bilheteira ao invés dos habituais cinco funcionários. 

Na zona centro, encerraram os mosteiros da Batalha e de Alcobaça, os museus de Conímbriga e do Com, bem como o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu. O Palácio de Mafra e o Forte de Sagres funcionaram a 50 por cento, segundo a Lusa. No norte, o Museu Nacional Soares dos Reis esteve encerrado da parte da manhã. 

 
Em declarações à agência Lusa, o sindicalista Artur Sequeira declarou que “o Governo não tem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, que se arrastam há anos”, disse, sublinhando que o ministro da Cultura se tinha comprometido a integrar 108 trabalhadores dos museus, o que acabou por não acontecer.

“Faz sete anos em junho que estes trabalhadores estão a trabalhar com contrato a termo incerto e a desempenhar funções de caráter permanente, e o senhor ministro tinha-se comprometido a integrá-los e não o fez”, referiu.

Artur Sequeira disse que os museus contam também com trabalhadores a recibos verdes e trabalhadores dos centros de emprego e se tal não acontecesse os museus não tinham trabalhadores suficientes para estarem abertos.

O setor da Cultura "tem uma falta de pessoal crónica por várias razões: aposentações de funcionários, saídas por acordo e o fecho das admissões na administração pública".

Outra das questões alvo de contestação dos sindicatos diz respeito ao projeto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais: "É o Ministério da Cultura que deve gerir estes serviços para garantir um serviço público de qualidade".

Outras reivindicações prendem-se com a reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional.

Na semana passada, fonte do Ministério da Cultura disse à Lusa que o Governo quer integrar 113 trabalhadores de museus e monumentos nos quadros da Administração Pública através de concurso, mas aguarda autorização da tutela das Finanças.

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