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Presidente da PT/Meo assume que despedimentos são estratégia da empresa

O presidente da PT/Meo admitiu aos deputadas da Comissão de Solidariedade e Trabalho que o desmantelamento da empresa e deslocalização de trabalhadores é o foco da empresa gerida pela Altice.
Presidente da PT/Meo Paulo Neves. Fotografia de Paulo Novais Agência Lusa.
Presidente da PT/Meo Paulo Neves. Fotografia de Paulo Novais Agência Lusa.

Os despedimentos vão continuar na PT/Meo e tratam-se de uma “primeira etapa” do “processo de agilização” em curso na empresa, disse esta manhã na comissão de Solidariedade Social e Trabalho, na Assembleia da República.

Em resposta às perguntas do Bloco de Esquerda, Paulo Neves revelou os números das contra-ordenações feitas pela Autoridade para as Condições de Trabalho, que subira de 12 em 2016 para 57 este ano de 2017.

Estes números registam um aumento muito grande da conflitualidade laboral, depois de o Governo não ter autorizado o mecanismo de empresa em reestruturação acionado pela PT/Meo para despedir trabalhadores.

O presidente da PT/Meo referiu ainda a existência de "salas" de deslocalização para trabalhadores que não querem negociar a saída por múto acordo com a empresa. Assumiu aos deputados que era "normal" ter 100 trabalhadores em regime de trabalho temporário.

Na sua intervenção, o deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda  denunciou que a PT/Meo sob a gestão da Altice se está a comportar como "um fundo abutre”, por estar a fazer transferências de trabalhadores para outras empresas. O deputado bloquista disse que “Portugal não é uma república das bananas e que a legislação laboral tem que ser respeitada”.

José Soeiro acusou o presidente da PT/Meo de estar a levar a cabo, com a sua gestão, “um processo de assédio moral em larga escala” com “pressões para rescisões por mútuo acordo” e a “deslocação de trabalhadores” pelo país, em salas onde não têm trabalho atribuído.

Para o presidente da PT/Meo, o que está acontecer trata-se de gestão “focada naquilo que é essencial” e, que se há empresas parceiras da PT que fazem melhor, devem ser estas a absorver estes trabalhadores. São cerca de 200 as pessoas para as quais “não há trabalho", que não devem “estar a ser pagos sem estar a trabalhar”.

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