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Portugal está a empobrecer há um ano e meio

A riqueza produzida em Portugal diminui 2,2 por cento nos três primeiros meses do ano, quando comparada com o mesmo período do ano anterior. É o sexto trimestre consecutivo de empobrecimento do país. Oito de 17 países da zona euro encontram-se em recessão. (notícia atualizada)
Foto de Paulete Matos

O Produto Interno Bruto (PIB) português caiu 2,2 por cento nos três primeiros meses do ano em comparação com o primeiro trimestre do ano passado e 0,1 por cento face aos últimos 3 meses do ano passado. É o sexto trimestre consecutivo que a riqueza produzida no país diminui, numa dinâmica recessiva que permanece inalterada desde o fim de 2010.

Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta terça-feira, representam o primeiro indicador sobre a saúde da atividade económica nos primeiros meses do ano.

"Esta evolução foi determinada pelo contributo menos negativo da procura interna. Em sentido contrário, apesar da ligeira aceleração das Exportações de Bens e Serviços, registou-se uma redução no contributo positivo da procura externa líquida, determinada pelo comportamento das Importações de Bens e Serviços que apresentaram uma variação negativa significativamente menos acentuada que a observada no 4º trimestre de 2011", pode ler-se no relatório do INE.

A variação do produto no terceiro e quarto trimestre de 2011 foi mais negativa do que o inicialmente previsto, com a diminuição de 2 por cento e 2.9 por cento, respetivamente.

As estimativas do Governo apontam para uma contração de 3 por cento da economia portuguesa em 2012, um valor que contrasta com os números muito mais pessimistas da maioria das instituições internacionais - como é o caso da Comissão Europeia, com uma queda de 3,3 por cento.

"O que estes números confirmam, apesar do foguetório do Governo, é que estamos a caminhar para uma recessão gravíssima e todas as pessoas estão a sentir o que estão a perder estupidamente por causa de uma política que a troika impõe e, como se vê por toda a Europa, conduz a uma situação sem saída", declarou Francisco Louçã. Para o coordenador da comissão política do Bloco, só será possível recuperar a economia "rompendo" o memorando e regressando às "políticas de emprego".

O crescimento económico na Alemanha, superior ao inicialmente estimado (1,7%, face aos três primeiros meses do ano passado), impediu o conjunto da zona Euro de entrar em recessão. Depois de uma queda de 0,3 por cento no último trimestre de 2011, o início deste ano ficou marcado pela estagnação económica na zona euro. Oito dos 17 países da moeda única encontram-se atualmente em recessão, definida como a diminuição da riqueza durante o mínimo de dois trimestres consecutivos.  

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