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Pilotos da Ryanair em Portugal fazem greve a 20 de dezembro

O anúncio da ação de protesto em Portugal, pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), esta quarta-feira, surge na sequência de uma paralisação anunciada na Irlanda. Em Itália, a greve será no dia 15 deste mês e os pilotos alemães também poderão fazer greve.
Admitindo que a “decisão de greve nunca é fácil”, o SPAC diz que ficou sem opções perante a “recusa contínua da Ryanair em negociar com os pilotos de forma justa e transparente”.
Admitindo que a “decisão de greve nunca é fácil”, o SPAC diz que ficou sem opções perante a “recusa contínua da Ryanair em negociar com os pilotos de forma justa e transparente”.

Os pilotos da Ryanair em Portugal vão mesmo fazer greve, no próximo dia 20 de dezembro, segundo confirmou o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), citado pelo jornal Público.

Este anúncio surge um dia depois de os pilotos da mesma companhia aérea na Irlanda terem anunciado um protesto, para a mesma data, exigindo melhores condições de trabalho, melhores salários e o reconhecimento da sua sindicalização.

Também a Associação Alemã de Pilotos já avisou que é provável que os pilotos da base da Ryanair na Alemanha entrem também em greve, em solidariedade com os colegas da Irlanda. A contestação abrange ainda os pilotos da companhia em Itália, que anunciaram uma paralisação de quatro horas, para a próxima sexta-feira, dia 15 de dezembro.

Segundo os relatos da imprensa internacional, na Irlanda, a companhia aérea ameaçou os seus funcionários com retaliações, caso adiram à greve em Itália, suscitando até uma reação do Governo italiano e dos sindicatos, que mantêm a paralisação. "É indigno. Não é o meu domínio de competência, mas penso que é preciso intervir. Não podemos estar no mercado e beneficiar apenas das vantagens sem respeitar as regras", afirmou o ministro do Desenvolvimento Económico, Carlo Calenda, aos jornalistas, citado pela Lusa.

A Ryanair já anunciou o risco de cancelamento de voos, perante o anúncio de greve na Irlanda, e voltou a acusar os pilotos de prejudicarem colegas e passageiros. "Apesar de alguns voos poderem ser cancelados, a Ryanair acredita que será limitado a um pequeno grupo de pilotos que em breve deixarão a Ryanair e por isso não se importam se as suas acções incomodam os colegas e clientes", segundo o comunicado citado pela BBC, esta terça-feira.

Sindicato português protesta contra “cultura de medo e bullying” da Ryanair

Já o SPAC explica que agora é a vez de os pilotos portugueses aderirem à ação de protesto, face ao que diz ser o "fracasso da administração da Ryanair em dialogar com os representantes escolhidos pelos pilotos”, cita o Público.

“Esta acção está relacionada com outros movimentos dos pilotos da Ryanair na Irlanda e na Itália, e o SPAC lamenta profundamente que possam surgir potenciais perturbações nos planos de viagem dos passageiros”, continua o comunicado do sindicato. Admitindo que a “decisão de greve nunca é fácil”, o sindicato diz que ficou sem opções perante a “recusa contínua da Ryanair em negociar com os pilotos de forma justa e transparente”.

No entanto, o comunicado prevê a possibilidade de desconvocação da greve, “caso a administração da Ryanair mostre abertura para o diálogo construtivo com vista à negociação coletiva e reconhecimento da Comissão de Empresa do SPAC como negociador, bem como um compromisso em acabar com a cultura estabelecida de medo e bullying em relação sua equipa”.

O SPAC diz ainda que tomará “novas medidas, caso a Ryanair continue a recusar-se a negociar de forma construtiva”.

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