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Pescas: Bloco defende apoios ao sector e aposta na investigação científica

Após visita à Estação Piloto de Piscicultura de Olhão, Catarina Martins defendeu que as negociações das quotas "não podem ser meramente políticas" e que tanto é essencial apoiar o sector, como defender a sustentabilidade das espécies. Questionada sobre o caso Raríssimas, criticou a "enorme confusão" entre políticos e responsáveis de IPSS.
Na manhã deste domingo, a Coordenadora Nacional do Bloco e o deputado João Vasconcelos visitaram a Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), no Algarve. Foto de Esquerda.net.
Na manhã deste domingo, a Coordenadora Nacional do Bloco e o deputado João Vasconcelos visitaram a Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), no Algarve. Foto de Esquerda.net.

Na manhã deste domingo, a Coordenadora Nacional do Bloco e o deputado João Vasconcelos visitaram a Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), no Algarve. Trata-se de uma unidade de investigação de ponta na área da aquacultura marinha, inserida no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A delegação do Bloco foi recebida pelo próprio Presidente do IPMA, Miguel Miranda, e pelo investigador responsável pela estação, Pedro Pousão.

Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins afirmou que as negociações das quotas pesqueiras, como as da sardinha, "não podem ser meramente políticas" e que é essencial apoiar o sector. Para isso, é preciso tornar claro que "a sustentabilidade das espécies é um problema e a sustentabilidade do sector das pescas é um outro". O país necessita de "estratégia e não de braços de ferro", defendeu.  

Para Catarina Martins, “é preciso definir quotas tendo em conta a sustentabilidade das espécies e é preciso ter políticas públicas claras de apoio a um sector que tem de assumir as restrições, em nome de todos nós”. Só com “mecanismos claros de apoio ao sector da pesca" é que podemos "pedir aos pescadores que não pesquem, nem trabalhem, para preservar valores ambientais que são importantes para toda a sociedade”, afirmou Catarina.

O Bloco critica o atual “jogo de pressão mal feito e desequilibrado” entre o valor da sobrevivência das espécies e “o pescar ou não para assegurar a sobrevivência”. A Coordenadora do Bloco defendeu, assim, que a responsabilidade de apoiar o sector e os pescadores deve ser assumida “colectivamente”, sobretudo “quando lhes é vedada a possibilidade de pescar, para que se preserve a sustentabilidade ambiental, e fazendo-o afinal em nome de todos nós e do futuro”.

Aposta clara na investigação científica e tecnológica

Na visita à Estação Piloto de Piscicultura de Olhão, Catarina Martins sublinhou a necessidade um investimento público e estratégico no sector das pescas, muito apoiado por uma “aposta clara na investigação científica e tecnológica”.

Para a Coordenadora do Bloco, as “negociações sobre as quotas não podem ser meras negociações políticas, tem de ser informadas do ponto de vista científico”. Além disto, fazendo nota de que o desenvolvimento da aquacultura marinha faz parte da estratégia que é preciso apoiar, Catarina Martins defendeu ainda que “não se podem repetir os erros tremendos cometidos na indústria agro-pecuária, erros que causaram graves problemas ambientais e têm colocado em risco a saúde das populações”.

“É essencial ter institutos públicos a fazer a investigação científica que garante soluções ambientalmente responsáveis e a segurança alimentar”, disse, acrescentando que aquela estação de piscicultura “é exemplo do tipo de investimento que Portugal deve fazer”.

Mas, também é “preciso tratar bem quem aqui trabalha”, advertiu, lembrando que naquela unidade de investigação trabalham sobretudo bolseiros, “alguns há mais de 20 anos sem ter direito a um contrato de trabalho”.

“Portugal não terá um tecido económico forte se não perceber a necessidade que tem de investigação científica e desenvolvimento tecnológico”, afirmou, acrescentando que o investimento estratégico neste sector “tem de passar também pelo cumprimento da lei aprovada no parlamento e por contratos de trabalho para os investigadores científicos”.

Raríssimas: "enorme confusão" entre políticos e responsáveis de IPSS

Questionada pelos jornalistas sobre o polémico caso Raríssimas, Catarina Martins afirmou que este “mostra como muitas vezes há, no mundo das IPSS e noutros sectores, uma enorme confusão entre os responsáveis políticos e os responsáveis das IPSS". Por isso, disse, o Bloco exige o esclarecimento de todas as dúvidas relativas ao caso e ao envolvimento do Ministro Vieira da Silva, que vai então ser ouvido na segunda-feira, no parlamento.

Para a Coordenadora do Bloco, é "mau para a democracia" que haja responsáveis "dos vários partidos que têm alternado no Governo a ocuparem “sistematicamente” funções de responsabilidade, em instituições daquela natureza.

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