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Parlamento apela ao fim da violência contra civis sírios
Esta sexta-feira foram discutidos, na Assembleia da República, dois votos sobre os mais recentes desenvolvimentos da guerra na Síria, um subscrito por PSD e PS e outro pelo PCP.
O primeiro, que reuniu os votos favoráveis de PS, PSD, Bloco de Esquerda, CDS e PAN e a rejeição de PCP e PEV, condenava o “ataque químico à cidade síria de Khan Cheikdhoun”, apelando “ao fim da violência contra civis inocentes e à intervenção da comunidade internacional de forma a apurar toda a verdade sobre o que aconteceu nesta cidade do norte da Síria”.
Este voto apresentava ainda as “mais sentidas condolências” da Assembleia da República e a sua “solidariedade para com as populações sírias afetadas por mais este ataque”.
O voto apresentado pela bancada do PCP, que só mereceu os votos favoráveis dos “Verdes”, propunha-se condenar “a guerra de agressão contra a Síria e o seu povo”, apoiar “os esforços para a paz e reclamar o respeito pelo direito do povo sírio à soberania, independência e integridade territorial da República Árabe da Síria, defendendo ainda um “sério e imparcial apuramento de responsabilidades pelos crimes e violações dos direitos humanos ocorridos no âmbito da agressão perpetrada contra a República Árabe da Síria”.
O voto seria rejeitado pelas bancadas do PS, PSD e CDS. Bloco de Esquerda e PAN abstiveram-se. Na sua intervenção, Pedro Filipe Soares sublinhou que “o Bloco de Esquerda condena frontalmente o ataque contra civis sírios com recurso a armas químicas” e que, “com a mesma frontalidade” condena o “ataque feito pelas tropas norte-americanas”.
“Entre Bashar Al-Assad, Vladimir Putin e Donald Trump não existem inocentes. Inocentes são as vítimas destes ataques”, exclamou o líder parlamentar bloquista.
Para a abstenção dos bloquistas contribuiu o facto de o voto apresentado pela bancada do PCP defender a “integridade territorial da República Árabe da Síria”, o que faria o parlamento tomar partido pela ditadura da família Assad contra o direito dos povos à autodeterminação, nomeadamente o do povo curdo.
Anexo | Tamanho |
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votosiria.pdf | 344.67 KB |
Comentários
A Desculpa do combate
Em uma tentativa de combater o estado de excessão e derrubar seus ditadores, Jorge Bush e Obama fizeram um grande estrago na vida dos civis do mundo árabe. Se o motivo fosse realmente combater os ditadores o mundo aplaudiria, mas lamentavelmente não é e nunca foi. Se fosse, a estratégia seria outra, e em primeiro lugar criariam uma zona livre de ataques e a vida dos civis seriam poupadas. Os norteamericanos, tem cérebros suficientes para formular uma ação bem planejada em zonas de conflitos se o interesse fosse esse. O Barak Obama herdou do George Bush um EUA a beira do caos por causa do seu belicismo incontestável, mas com planejamento montou uma estratégia para tirar o país Hades onde já começava entrar. Logo, pergunta-se: Por que não usar esse mesmo princípio para preservar a vida dos civis em países islâmicos? Por que induzir os jovens desses países a criar uma "primavera Árabe" se eles convivem regularmente com a Jihad desde que nascem? Os países "bem intencionados" sabiam que isso não teria sustentação por parte das nações unidas? E qual foi o resultado dessa indução inconsistente a liberdade ? Morte, muitas mortes, epidemias de fome, doenças e refugiados. Poderiam afirmar então: Você acha melhor viver na ditadura que lutar pela liberdade? Não ! Ninguém em sã consciência acha isso. Porém, para entrar numa luta que não é sua, o melhor é continuar vivo e isso não tem acontecido. Os sobreviventes da "primavera Árabe" não precisavam viver na condição de refugiados e nem da criação do Estado Islâmico(ISIS) em seus calcanhares. O resumo de tudo isso é a luta pelo petróleo. As autoridades dos EUA e da União Europeia só estão interessados derrubar os ditadores desses países para ficar mais fácil tomar posse de suas riquezas minerais.
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