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“Panama papers”: Milhares exigem demissão de primeiro-ministro islandês

Islandeses protestam pela demissão do primeiro-ministro, que omitiu ser proprietário, juntamente com a sua esposa, de uma empresa radicada num paraíso fiscal nas Ilhas Virgens britânicas. Gunnlaugsson acabou por pedir ao Presidente da Islândia para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas. Notícia atualizada às 15h07 de 05.04.2016.

À semelhança do que aconteceu durante os protestos levados a cabo entre 2009 e 2011, também conhecidos como a Revolução de Cozinha, que tiveram lugar na esteira da crise financeira islandesa, os manifestantes reunidos à frente do parlamento, em Reiquiavique, muniram-se de tachos e panelas para protestar contra o governo.

Ainda que o protesto desta segunda-feira tenha sido planeado antes do eclodir do escândalo de corrupção mundial, as notícias sobre o envolvimento do primeiro-ministro islandês e do ministro das Finanças inflamaram ainda mais o descontentamento da população.

Segundo revelam os "Panama Papers", Sigmundur David Gunnlaugsson e a esposa, Anna Sigurlaug Pálsdóttir’s, são donos de uma empresa estabelecida no offshore das Ilhas Virgem britânicas pela Mossack Fonseca.  A Wintris Inc. detém perto de 4 milhões de dólares em obrigações nos três maiores bancos islandeses, falidos na crise financeira de 2008.

"Eleições já"

As autoridades islandesas montaram barricadas à volta do parlamento em Reiquiavique. Cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se até às 17h desta segunda-feira. "Eleições agora" foi o slogan do protesto.

Poucas horas antes, a oposição tinha apresentado uma moção de censura, exortando o primeiro-ministro, do partido liberal "Partido do Progresso" a demitir-se.

Depois de ter recusado afastar-se, garantindo que "certamente" não se demitiria, Gunnlaugsson acabou por pedir ao Presidente da Islândia para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.

Ólafur Ragnar Grímsson recusou, por enquanto, o pedido de demissão do primeiro-ministro e o seu pedido de convocação de eleições antecipadas. Segundo o The Guardian, o presidente islandês pretende consultar previamente os líderes dos restantes partidos com assento parlamentar.

Num país com somente 320.000 habitantes, mais de 24.000 pessoas já assinaram uma petição 'online' pela demissão do primeiro-ministro.

Bjarni Benediktsson, atual ministro das Finanças, do "Partido da Independência", também surge nos "Panama Papers".

Protests wrack Iceland when PM refuses to step down

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