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ONG's divulgam mapa dos cultivos comerciais de milho transgénico em Portugal

Em comunicado, a Plataforma Transgénicos Fora informa que, esta quinta-feira, passou a disponibilizar a informação online. ONG's lamentam que Portugal continue “a votar sistematicamente a favor dos pedidos de introdução de novos transgénicos e, junto com a Espanha e a República Checa”, seja “dos únicos países onde ainda se cultivam transgénicos na UE”.

No documento, a Plataforma Transgénicos Fora lamenta que o Ministério da Agricultura só divulgue “dados muito incompletos” e que tenha vindo a vedar “o acesso do público às localizações exatas dos terrenos”, tendo sido precisas 5 ações em tribunal para obter os dados completos de 2005 até 2014”.

No mapa agora divulgado “é possível consultar, para os anos de 2013 e 2014, os nomes, moradas e áreas das explorações agrícolas que adotaram o milho transgénico, entre outras informações”.

Segundo as ONG'S, “estes dados são fundamentais para a deteção precoce de eventuais problemas e é precisamente por isso que a legislação europeia prevê a sua divulgação”.

A possibilidade de alergias ao pólen transgénico para quem viva em zonas circundantes, os impactos negativos em espécies não alvo do ecossistema agrícola, a eventualidade de existir polinização cruzada são algumas das problemáticas referidas pela Plataforma Transgénicos Fora.

“Embora o Ministério da Agricultura, e a respetiva Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, tenham dado provas abundantes de que não confiam no público, já demonstraram confiar plenamente na indústria”, lamentam as ONG's, sublinhando que “Portugal continua a votar sistematicamente a favor dos pedidos de introdução de novos transgénicos e, junto com a Espanha e a República Checa, é dos únicos países onde ainda se cultivam transgénicos na UE”.

“Portugal pode, desde que em 2 de março deste ano foi aprovada a nova diretiva europeia 2015/412, proibir unilateralmente o cultivo de transgénicos no continente”, lembram, avançando que acreditam que, “com a publicação hoje do mapa de cultivos, o público português vai ganhar consciência dos vizinhos que não sabia que tinha à porta e pressionar o governo no sentido da proibição total do cultivo deste milho transgénico e da aposta numa produção alimentar mais sustentável, de melhor qualidade, que corresponda à vontade dos consumidores e com maior valor acrescentado para os agricultores e para o país”.


* A Plataforma Transgénicos Fora é uma estrutura integrada por onze entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (AGROBIO, Associação Portuguesa de Agricultura Biológica; CAMPO ABERTO, Associação de Defesa do Ambiente; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; CPADA, Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente; GAIA, Grupo de Ação e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; Associação IN LOCO, Desenvolvimento e Cidadania; LPN, Liga para a Proteção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente e QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza) e apoiada por dezenas de outras.

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