Está aqui

ONG acusam Espanha de expulsões ilegais para Marrocos

“A Espanha é, junto com a Hungria, a Turquia e a Bulgária, o único país da Europa a expulsar as pessoas de forma ilegal”, diz o diretor da Amnistia Internacional.
Países ricos acolheram menos de 3% dos refugiados sírios
Foto fronterasur/Flickr

A tentativa protagonizada na noite de ano novo por mais de mil pessoas para entrar em Ceuta, ultrapassando as barreiras de arame farpado e muros que separam o enclave espanhol de Marrocos, fez regressar o olhar do mundo para uma realidade que muitos julgavam ter desaparecido.

Esta semana, várias ONG presentes no local voltaram a denunciar a prática das “expulsões a quente” por parte das autoridades espanholas, que entregam os migrantes que conseguem vencer as barreiras à polícia marroquina, sem avaliar individualmente o seu pedido de asilo. A prática vigente em Ceuta também é usada no enclave de Melilla, acrescentam as ONG.

Para Esteban Beltran, diretor da Amnistia Internacional em Espanha, trata-se de uma ilegalidade à luz das normas internacionais, dada “a impossibilidade de estas pessoas terem acesso a um processo individual de pedido de asilo”. Esta situação faz da Espanha, "junto com a Hungria, a Turquia e a Bulgária, o único país da Europa a expulsar as pessoas de forma ilegal”, afirmou ao diário francês Le Monde.

Também a Associação pelos Direitos Humanos da Andaluzia e a Confraria Operária de Ação Católica se juntaram a esta denúncia. E a representante espanhla do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados lembrou que “se elas não são identificadas e as suas necessidades individuais de proteção internacional não são ouvidas, então trata-se de uma repulsão. No entanto, as repulsões automáticas são ilegais”, acrescentou em declarações citadas pelo Le Monde.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados wikis
(...)