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“O acordo comercial com o Canadá é o TTIP a entrar pela janela”

Catarina Martins interveio no parlamento no debate preparatório do Conselho Europeu com o Primeiro-Ministro, manifestando-se contra a ratificação do acordo comercial com o Canadá, que descreveu como sendo o Tratado Transatlântico disfarçado.
Catarina Martins discursa no parlamento.
Catarina Martins discursa no parlamento.

“Parece que nunca aprendemos com os tratados e acordos a que Portugal se submete. O acordo comercial com o Canadá, o CETA, retira soberania ao nosso país, retira ao país capacidade de intervir em matérias tão importantes como a legislação laboral, o ambiente, ou a saúde pública”, afirmou Catarina Martins, sublinhando a posição bolsista contra a ratificação deste tratado. “O CETA, como o TTIP [Tratado Transatlântico], são acordos inaceitáveis, negociados no escuro e contra essa soberania popular, que a nossa Constituição determina”.

“O acordo comercial com o Canadá é de facto o acordo comercial com os Estados Unidos, o TTIP, a entrar pela janela porque as manifestações contra o TTIP eram bastante fortes à porta”, disse a coordenadora do Bloco. As multinacionais americanas que defendiam o TTIP também têm sede no Canadá e, por isso “o acordo com o Canadá é exatamente o mesmo que o acordo com os Estados Unidos”.

Catarina relembrou que “por causa de um acordo semelhante, a multinacional do tabaco Philip Morris processou o governo do Uruguai quando este quis impor medidas de saúde pública para combater o tabagismo”. Defendendo uma abordagem cautelosa à assinatura de semelhantes tratados, a dirigente bloquista exemplificou com o parlamento da Valónia, na Bélgica, que anunciou que não aceita que o país ratifique do acordo. O Tribunal Constitucional alemão, por sua vez, também já veio dizer que tem muitas dúvidas sobre o mesmo. “Portugal tem de se juntar às vozes da prudência contra a perda de soberania e o ataque a direitos laborais, à saúde pública, e ao ambiente”, defendeu Catarina. 

Sempre que Portugal teve pressa para “aprovar tratados e acordos que nos retiraram soberania, a seguir arrependemo-nos”. “Quando vemos Portugal confrontado com um processo de sanções por causa do Tratado Orçamental, temos que lembrar como o PS e o PSD quiseram ser os primeiros a aprová-lo”, recordou Catarina. “Manuela Ferreira Leite disse sobre o Tratado Orçamental que estamos num nó cedo, e que começa a ser tempo de o desatar. Este Conselho Europeu deveria desatar o nó cego do Tratado Orçamental e não dar mais passos para mais nós cegos contra o nosso país com o CETA, o TTIP ou qualquer outro tratado ou acordo comercial que retire soberania ao país”, sublinhou. 

“Não é aceitável que a administração da CGD tenha de ter salários milionários”

Reagindo ao ao anúncio que novo presidente da Caixa Geral de Depósitos vai ganhar 423 mil euros por ano, a dirigente bloquista anunciou que o governo tem “a integral oposição do Bloco de Esquerda aos salários dos gestores da Caixa Geral de Depósitos”. “Não é aceitável que uma administração da CGD tenha de ter salários milionários”. 

“Se um salário ao nível de Primeiro Ministro e a própria consciência da responsabilidade das funções não são suficiente para garantir a qualidade e o empenho da administração da CGD, então nada será, porque não acreditamos que a CGD e o seu Conselho de Administração tenham mais responsabilidades que um Primeiro Ministro ou que o governo”, concluiu Catarina Martins.

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