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Nova mortandade de peixes no Rio Tejo

Movimento proTejo exige ao governo medidas para impedir a continuação da poluição do rio Tejo, Bloco de Esquerda quer a “imediata redução da produção da empresa Celtejo” e requer a ida do ministro do Ambiente à respetiva comissão parlamentar.
A primeira grande mortandade de peixes aconteceu a 15 de outubro, a última ocorre desde 27 de outubro, diz a distrital do Bloco
A primeira grande mortandade de peixes aconteceu a 15 de outubro, a última ocorre desde 27 de outubro, diz a distrital do Bloco

O movimento proTejo, em carta aberta ao ministro do Ambiente divulgada em 1 de novembro, refere a mortandade de “milhares de peixes”, desde 13 de Outubro, “nas águas do Tejo sujo e poluído entre Vila Velha de Ródão e a barragem do Fratel”.

O movimento assinala também que tinha alertado em setembro passado, que “o rio Tejo estava a ser vítima de eutrofização no alto Tejo trazendo consigo um tapete verde de algas desde Espanha, da barragem de Cedilho, causado pela poluição e pela redução do caudal, acontecimento cada vez mais frequente a colocar em causa a qualidade da água, a sobrevivência das espécies piscícolas, as atividades de lazer e a qualidade dos produtos agrícolas sujeitos à rega desta água poluída”.

“À poluição que chega de Espanha acrescem as contínuas descargas poluentes das celuloses de Vila Velha de Ródão que se acumulam até à barragem do Fratel”, salienta o movimento.

O movimento defende que o ministério do Ambiente intervenha para que “sejam tomadas medidas para a contenção das descargas poluentes no rio Tejo na zona de Vila Velha de Ródão”, nomeadamente, as emissões de efluentes da Celtejo.

O proTejo apresenta três propostas ministro do Ambiente:

- aumento da intervenção da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)

- medidas para a contenção das descargas poluentes no rio Tejo, nomeadamente, as emissões de efluentes da Celtejo

- “determinação das causas da morte de milhares de peixes ocorrida desde 13 de outubro de 2017, entre Vila Velha de Ródão e a barragem do Fratel, identificando e responsabilizando os agentes poluidores”.

Rio Tejo continua a ser alvo de atentados ambientais

Em comunicado da distrital de Santarém do Bloco de Esquerda, descreve-se que “a primeira grande mortandade aconteceu a 15 de outubro. A última ocorre desde 27 de outubro, culminando, hoje [30 de outubro], com a descoberta, no braço da barragem onde se sitia a Central da Velada, uma inacreditável manta branca de peixe morto”.

A mortandade foi filmada por Arlindo Marques com o testemunho do pescador Francisco São Pedro – ver vídeo abaixo.

A distrital do Bloco refere que em 30 de outubro “membros do IGAOT, do APA e do SEPNA percorreram o troço do rio Tejo entre VV de Rodão e a barragem de Belver”, nas medições do oxigénio dissolvido na água, “as medições foram entre 0,2 mg/l, e 0,6 mg/l, para um valor dito normal seria de 6,7 ou 8 mg/l”. A distrital bloquista diz que “de Vila Velha de Rodão a Belver só existem dois focos de poluição que são a Celtejo e Centroliva”, apontando que “a Centroliva liberta dióxido de carbono para a atmosfera restando a Celtejo que faz descargas para o rio Tejo”. “Esta tragédia já estava anunciado pois as descargas da Celtejo continuam”, conclui o órgão.

O Bloco distrital denuncia que “o rio Tejo continua a ser alvo de atentados ambientais e a inoperância do Ministério do Ambiente e da Saúde coloca em causa o Estado de Direito” e reitera “a exigência de que seja revista a licença de descarga da Celtejo para níveis iguais aos que estavam antes de 2016 ou, em contrapartida, reduzir a produção para níveis que permitam o processamento da matéria-prima de acordo com a capacidade instalada e, assim, se cumpra a legislação”.

Na Assembleia da República, o Bloco de Esquerda requereu a ida do ministro do Ambiente à respetiva comissão parlamentar e entregou uma proposta de resolução que “recomenda ao governo que determine a imediata redução da produção da empresa Celtejo”.

 

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