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Navio com mais de 200 migrantes continua a aguardar autorização para atracar na Europa

Após Itália e Malta terem recusado recebê-lo, o navio da Organização Não-Governamental (ONG) alemã Lifeline continua no Mediterrâneo à espera de autorização para atracar em porto seguro. O número de migrantes a bordo supera cinco vezes a sua capacidade.
A bordo do Lifeline. Foto publicada na página de facebook da ONG.

Na passada quarta-feira, o Lifeline socorreu mais de 200 pessoas junto à Líbia e, no dia seguinte, participou noutro resgate de mais de 110 migrantes, que foram transladados para o navio mercante Alexander Maersk, de bandeira dinamarquesa.

Ambas as embarcações estão atualmente bloqueadas no Mediterrâneo. O navio Lifeline encontra-se junto à costa de Malta e o Alexander Maersk está situado perto de Pozzallo, na ilha italiana de Sicília.

"Ambos precisam de um porto seguro” e aguardam “em águas internacionais", confirmou a ONG num comunicado.

O porta-voz de Lifeline, Axel Steier, disse à Efe que entre os migrantes há quatro crianças acompanhados de suas famílias e que apenas têm mantimentos até segunda-feira. As Forças Armadas enviaram, entretanto, algumas garrafas de água e comida para o navio.  

"Se as pessoas mais vulneráveis, vítimas de maus tratos inimagináveis, são qualificadas publicamente de 'carne humana' e, pior, não se faz nada para evitá-lo, temos um gravíssimo problema de humanidade. É devastador ver que os episódios mais negros da história se repetem", denunciou a ONG espanhola Open Arms no twitter.

A Open Arms reagia desta forma às palavras pronunciadas na quinta-feira passada pelo ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, que chamou os voluntários de Lifeline "desgraçados" por resgatarem as mais de 200 pessoas que o barco leva a bordo e "carregar a sua quantidade de carne humana" em vez de não intervir, como ordenou a Guarda Costeira italiana.

Salvini, líder da ultra direitista Liga, que é também vice presidente do Governo italiano, já garantiu que o país não vai receber mais migrantes resgatados por embarcações de ONG no Mediterrâneo.

“Não podemos receber mais um único refugiado. Pelo contrário, queremos entregar alguns”, frisou Salvini em declarações à revista alemã Der Spiegel.

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