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"Não basta dizer que a EDP é hostil. São precisas medidas fortes capazes de a contrariar"

“A pergunta que as pessoas fazem é o que é que a EDP tem, que é diferente das outras? Por que é que à EDP se aceita todo o abuso sobre os consumidores, toda a hostilidade contra os governos, todo o desrespeito pela lei”, questionou Catarina Martins no primeiro debate quinzenal de 2018 com o primeiro-ministro.
Catarina Martins durante o debate quinzenal na Assembleia da República com a presença do Primeiro-Ministro, em Lisboa, 9 de janeiro de 2018. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

“No parlamento foi aprovada com os votos de todos os partidos, exceto o PSD que se absteve, uma resolução para que os CMECs fossem renegociados porque a ERSE nos diz que a EDP anda a cobrar 500 milhões de euros a mais aos consumidores”, começou por explicar Catarina Martins no debate quinzenal com o primeiro-ministro António Costa.

De seguida, recordou que “as rendas excessivas [das elétricas] continuam intocadas” e que o corte feito de “15 milhões [de euros] é igual a zero”. “15 milhões foi o que cortou o governo PSD/CDS, alguém sentiu a diferença?”

“A pergunta que as pessoas fazem é o que é que a EDP tem, que é diferente das outras? Por que é que à EDP se aceita todo o abuso sobre os consumidores, toda a hostilidade contra os governos, todo o desrespeito pela lei”, questionou a coordenadora bloquista.

No passado fim-de-semana, a EDP anunciou que não pretendia pagar os 69 milhões de euros devidos em 2017 pela Contribuição Extraordinária Sobre a Energia.

“A um governo não basta dizer que é hostil. Tem que ter as medidas fortes capazes de contrariar, porque estará a servir toda a economia”, defendeu.

“A mercearia, uma fábrica de calçado, qualquer outra empresa que paga a eletricidade que paga não tem o tratamento que a EDP tem. Talvez não consiga contratar a quantidade de ex-ministros que a EDP contrata. Aquilo que nós temos de fazer é equilibrar os pratos da balança e, para isso, é preciso combater as rendas excessivas da energia”.

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