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“Mulheres que lutaram pelo direito a escolher defenderam a vida com a sua luta"

Catarina Martins almoçou com várias gerações de feministas que lutaram pelo direito à interrupção voluntária da gravidez e pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres para celebrar os 10 anos da vitória do Sim no referendo do aborto de 2007.

“Faz amanhã dez anos que se decidiu em referendo que as mulheres não podiam ir presas por fazerem um aborto. E, passado dez anos, é momento de fazermos um balanço: há hoje menos abortos do que aqueles que existiam quando era ilegal e nenhuma mulher morre em consequência de um aborto”, lembrou a coordenadora do Bloco esta sexta-feira.

Catarina Martins destacou que sabemos hoje que as mulheres presentes, “que lutaram pelo direito a escolher, defenderam a vida com a sua luta e a sua escolha”.

“É dia de homenagear quem fez este percurso e é também dia de afirmar que os direitos das mulheres são fundamentais da democracia e do desenvolvimento”, assinalou.

A dirigente do Bloco referiu que, “em Portugal, avançámos muito mas nunca está tudo conquistado”. “Precisamos de continuar a ter esta força e esta determinação”, frisou, lembrando que “a anterior maioria tentou voltar atrás e obrigar as mulheres a procedimentos que as humilhavam no momento de decidirem a interrupção voluntária da gravidez”.

“Foi importante uma nova maioria para que a dignidade das mulheres fosse respeitada”, salientou Catarina Martins, acrescentando que “foi importante a luta de mulheres de várias proveniências políticas que se juntaram em todos os momentos pela dignidade”.

“E precisamos que essa luta”, alertou, defendendo que “numa Europa em que vemos o retrocesso dos direitos das mulheres, seja na Polónia, com a tentativa de uma lei verdadeiramente penalizadora em relação às mulheres, seja na Rússia, onde se permite a violência doméstica contra as mulheres, no momento em que vemos tantos retrocessos, é imperativo afirmar que em Portugal há uma grande capacidade de união em torno dos direitos das mulheres”.

“É preciso também lutar por aqueles direitos que falta conquistar tanto em Portugal como no mundo”, rematou.

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