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Morreu Pedro Goulart, um dos fundadores do PRP/BR

Faleceu esta terça-feira Pedro Goulart, resistente antifascista e um dos fundadores do PRP/BR. O seu corpo encontra-se na Funerária das Furnas, em São Domingos de Benfica, e sairá pelas 12h desta quinta-feira para o Cemitério dos Olivais, onde se realizará, pelas 12h30, o funeral.
Foto publicada na página de facebook de Luís Lopes.

Economista, Pedro Goulart licenciou-se no Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa.

Antes do 25 de Abril, entrou para o MDP-CDE e, depois, para o PCP. Pedro Goulart rompeu, contudo, com o PCP ainda antes da Revolução dos Cravos e veio a fundar, juntamente com Carlos Antunes e Isabel do Carmo, o PRP-BR, em agosto de 1973.

Pertenceu às CBS - Comissões de Base Socialistas e estava na clandestinidade quando se deu o 25 de Abril de 1974.

Em agosto de 1974, participou no 2º Congresso do PRP-BR, tendo integrado a Comissão Central e o Secretariado Político desta organização.

Em 1976, entrou na campanha presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho.

Dois anos mais tarde, foi preso no âmbito do Caso PRP-BR, saindo em liberdade em 1979, após o julgamento.

Era membro da direção do PRP-BR quando foi decidida a extinção deste partido e a integração dos seus militantes na OUT - Organização Unitária de Trabalhadores, em janeiro de 1980.

Pedro Goulart fez parte da CLCR - Comissão de Luta Contra a Repressão e foi dirigente da FUP - Força de Unidade Popular. A 20 de junho de 1984 foi preso no âmbito do Caso FUP/FP25. Foi julgado e condenado a 19 anos, acabando por ser libertado em 19 maio de 1989 após ter cumprido um período excessivo de prisão preventiva (cinco anos).

Nos últimos anos fazia parte do coletivo de editores do jornal Mudar de Vida.

Pedro Goulart terminou o seu livro autobiográfico Resistência da seguinte forma:

"Batendo-se com determinação para que a consciencialização geral da necessidade das rupturas anti-imperialista e anticapitalista se torne uma realidade no prazo mais curto possível, assim como por uma adequada articulação dos militantes em luta, as organizações e os militantes anticapitalistas e anti-imperialistas estarão forjando as condições para que a real libertação dos homens e a efectiva emancipação dos povos nos surjam num horizonte não demasiado longínquo".

Artigo atualizado às 09h36 de 23.11.2018

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