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Memórias: Pina Bausch

No dia 30 de junho de 2009, faleceu a alemã Pina Bausch, coreógrafa, dançarina, pedagoga da dança e diretora de balé que rompeu com o balé clássico e a dança moderna. Por António José André.
Foto Terafoto/Flickr

Pina Bausch nasceu no dia 27 de jullho de 1940, em Solingen (Alemanha) e era filha do dono dum restaurante. Gostava de passar o tempo debaixo das mesas a observar os fregueses. Desde cedo, entusiasmou-se pela dança.

As suas primeiras apresentações lúdicas no balé infantil ocorreram, em Wuppertal e Essen. Com 15 anos, iniciou a sua formação na Folkwangschule de Essen, fundada pelo célebre coreógrafo Kurt Joos.

Em Joos, encontrou um "renovador da dança expressiva" e uma pessoa de confiança. Além disso, a atmosfera criativa daquela escola era inspiradora e, até hoje, une todas as artes: teatro, música, dança, gravura e pintura.

Pina Bausch concluiu o curso de Dança e Pedagogia da Dança, em 1958. Após receber uma bolsa de estudos, viajou para os EUA onde estudou com Antony Tudor e José Limón, dançando na Juilliard School of Music e na Metropolitan Opera.

A pedido de Kurt Joos, Pina Bausch regressou à Alemanha, em 1962. Começou a dançar como solista no recém-fundado balé da Folkwang, apresentando-se em Amsterdão, Hamburgo, Londres e no Festival de Salzburgo.

Pina Bausch avançou para coreógrafa e diretora do corpo de bailé de Wuppertal. Após receber o primeiro prémio num concurso de coreografia de Colónia, assumiu a direção do estúdio de dança da Folkwang.

Aos 33 anos, foi contratada para dirigir o Balé do Teatro de Wuppertal, em 1973. A ousadia de vanguarda da jovem coreógrafa chocou grande parte do público. O que ocorria no palco não era aquilo que constava no programa impresso.

O público expressava a sua indignação vaiando ou retirando-se do recinto. A rotura com as tradições foi uma tarefa árdua, sobretudo num teatro subvencionado pelo Estado. Mas Bausch não recuou na sua conceção de dança.

Baseada em Brecht e Weill, Pina Bausch rompeu com todas as formas tradicionais do teatro-dança. Em 1976, voltou-se para uma dança cénica obstinada e contundente, diretamente ligada ao teatro falado.

Colagens de música popular, clássica, free jazz e outros fragmentos culminaram numa nova forma de encenação, caraterizada por ações paralelas, contraposições estéticas e uma linguagem corporal incomum para a época.

A sua companhia tornou-se a principal representante da dança da Alemanha. Pina Bausch começou a acumular prémios: o Prémio Europeu de Teatro, o Praemium Imperiale japonês, a Cruz de Mérito do governo alemão, a condecoração da Legião de Honra.

Nos palcos internacionais, a companhia de Bausch apresentou-se emco-produções com Universidades de Dança dos Estados Unidos, o Hong Kong Arts Festival, a Expo 1998, em Portugal, o Theatre de la Ville de Paris e muitos outros.

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