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Memórias: Dashiell Hammett

No dia 10 de janeiro de 1961, faleceu Dashiell Hammett. Hammett foi um escritor norte-americano, que introduziu o realismo na literatura policial. A "caça às bruxas", promovida por McCarthy, incluíu-o na Lista Negra que impedia artistas de trabalharem na indústria cinematográfica. Por António José André.

Hammett nasceu no dia 27 de maio de 1894, no Condado de Saint Mary's. Frequentou a Escola de Baltimore, mas, aos 14 anos, teve de começar a trabalhar para ajudar a sustentar a família.

Trabalhou como mensageiro, entregador de jornal, escriturário e estivador, entre muitos outros empregos. Aos 20 anos, foi aceite pela Agência Pinkerton de detetives.

Em 1918, integrou o Corpo de Ambulâncias do Exército. Depois da I Guerra, regressou à Agência Pinkerton. Este período serviu-lhe de inspiração para escrever policiais. Posteriormente, demitiu-se para se dedicar à literatura.

As suas histórias, que começaram a ser publicadas em revistas baratas e populares ("Black Mask" e "Smart Set"), chamaram a atenção do público e da crítica, passando a ser reconhecido como grande escritor.

A sua carreira literária iniciou-se com a publicação de contos na revista "Black Mask", protagonizados pelo investigador Continental OP, que seria o herói do seu livro de estreia: "Seara Vermelha" (1929).

"O Falcão de Malta" (1930) foi a primeira obra onde surgiu outra das suas personagens, o detetive Sam Spade. Este livro continua a ser famoso e foi frequentemente transposto para o cinema.

Autor de vários livros de sucesso, "A Chave de Cristal (1931) e "O Homem Sombra" (1934), Hammett introduziu o realismo na literatura policlal, sendo considerado pai do género "hard-boiled".

Nos anos 50, aproximou-se de movimentos da esquerda e era simpatizante do Partido Comunista dos EUA. As suas atividades chamaram a atenção do "House Un-American Activities Committee".

Foi chamado a testemunhar e a revelar nomes de pessoas conhecidas (acusadas de anti-americanismo), mas recusou-se e esteve preso 5 meses. A "caça às bruxas, promovida pelo senador McCarthy, incluíu-o na Lista Negra que impedia artistas de trabalharem na indústria cinematográfica.

Minado pelo álcool e doente, Hammett morreu em Nova Iorque, no dia 10 de janeiro de 1961. André Gide dissera que "os seus diálogos podiam bater-se com os de Faulkner ou Hemingway”.

Artigo de António José André, para esquerda.net.

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