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“A melhor forma de combater os incêndios é também a prevenção”

Destacando que o essencial agora é apagar os incêndios e acorrer às populações, Catarina Martins afirmou, durante uma visita às zonas afetadas pelas chamas em Vila Real, que, “no momento do combate, não podemos deixar de dizer que a melhor forma de combater os incêndios é também a prevenção”.
A coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, o candidato do Bloco à Câmara de Vila Real, Mário Gonçalves, e o professor universitário Rui Cortes visitaram este sábado os territórios afetados pelos incêndios em Testeira, concelho de Vila Real. Foto Esquerda.net.
A coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, o candidato do Bloco à Câmara de Vila Real, Mário Gonçalves, e o professor universitário Rui Cortes visitaram este sábado os territórios afetados pelos incêndios em Testeira, concelho de Vila Real. Foto Esquerda.net.

Durante uma visita aos territórios afetados pelos incêndios em Testeira, concelho de Vila Real, que teve lugar este sábado, Catarina Martins frisou que “estamos também perante uma seca extrema e, naturalmente, há uma série de problemas, até de decisões que não foram tomadas ao longo de anos, que agora fazem com que estejamos a viver este verdadeiro pesadelo de incêndios”.

“Este é um fim-de-semana muito perigoso do ponto de vista das condições climatéricas, em que é necessário conjugar todos os esforços para evitar tragédias, e é necessário que toda a população compreenda a necessidade de termos comportamentos muito cautelosos para com a floresta”, afirmou a coordenadora do Bloco.

Catarina Martins referiu ainda que a decisão do Governo de decretar o “estado de calamidade” para o fim-de-semana permitiu “um reforço de meios numa altura em que, do ponto de vista climatérico, as condições são muito perigosas, e que as equipas que estão no terreno estão muito cansadas”.

A dirigente bloquista frisou que “o país deve muito” aos bombeiros e restantes forças no terreno pelo trabalho que têm feito no combate aos fogos florestais e para proteger as populações. “Estes homens e estas mulheres têm sido os verdadeiros heróis do país”, frisou.

“Sem ordenamento do território teremos incêndios a repetirem-se todos os anos”

“Bem sei que este é o momento do combate, mas no momento do combate não podemos deixar de dizer que a melhor forma de combater os incêndios é também a prevenção e apontar passos que temos” ainda de dar, avançou Catarina Martins.

“Sem ordenamento do território, sem política florestal, teremos incêndios a repetirem-se todos os anos”, vincou.

A dirigente bloquista lembrou que, em setembro, o Parlamento já estará novamente a funcionar e que “a reforma florestal que iniciámos no final da sessão legislativa passada tem que continuar, nomeadamente conseguindo a gestão coletiva da floresta para que os proprietários se possam organizar, para que haja a limpeza das florestas, para que as autarquias sejam chamadas à sua responsabilidade de apoiar este esforço coletivo do ordenamento do território, acabando com as manchas contínuas de eucalipto e de pinheiro”.

“É sempre bom debatermos alternativas para lá dos acordos do bloco central”

Reagindo às declarações de António Costa, que afirmou, numa entrevista ao jornal Expresso, que é "fundamental" um acordo com o PSD sobre os fundos europeus pós-2020, Catarina Martins lembrou que o Bloco tem defendido “que os grandes investimentos do Estado devem ser objeto de um grande debate público”, porque os “investimentos infraestruturais têm efeitos de décadas no país e têm efeitos em todo o país”.

“Está todo o país interessado em saber como se resolve a questão do aeroporto de Lisboa. Não é um problema só de Lisboa, é um problema de todo o país e é um problema de fundos, que deve ser debatido”, frisou.

A coordenadora do Bloco acrescentou ainda ter “dúvidas de que um simples consenso entre PS e PSD nos dê as melhores soluções”.

Referindo-se à construção dos estádios de futebol para o Euro 2004, Catarina Martins lembrou que os dois partidos “acordaram um investimento que foi de milhões, e que hoje o país não percebe muito bem o que há de fazer com ele”.

“Julgo que o tempo político que vivemos hoje demonstra que é sempre bom debatermos alternativas para lá dos acordos do bloco central”, vincou.

A dirigente bloquista aproveitou para relembrar que, antes da solução à esquerda para a governação do país, se “dizia que só com um acordo à direita poderia haver solução”, dando o exemplo do “aumento do salário mínimo ter como contraponto baixar a TSU (Taxa Social Única)”.

“De facto, acabou por não haver acordo à direita e o que se fez foi uma solução à esquerda. E até o próprio primeiro-ministro acaba por reconhecer que ainda bem que houve uma solução à esquerda em vez da solução que era negociada com a direita, que era pior”, sinalizou.

“E, portanto, eu diria que, mais do que consenso entre PSD e PS, o que é preciso é que haja um debate público sobre as infraestruturas e perceber-se que há sempre alternativas que podem ser debatidas, mas ser debatidas seriamente”, defendeu.

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