Marisa Matias exige adiamento da “cimeira da troika”

06 de maio 2014 - 16:09

Dirigente do Bloco envia carta a Barroso e a Draghi exigindo o adiamento da conferência organizada pelo BCE em Sintra, e denunciando a intenção de condicionar o ato eleitoral de um país que tem estado sujeito a um programa de intervenção. “Estou certa que outros Estados-Membros nunca aceitariam a marcação desta reunião no dia das eleições”, afirma. O Bloco também não aceita.

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Não à cimeira do BCE no dia 25 de maio.
Não à cimeira do BCE no dia 25 de maio.

Marisa Matias enviou ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e ao presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, uma carta a exigir o adiamento da conferência “Política Monetária num Contexto Financeiro em Evolução”, marcada para um hotel em Sintra entre 25 e 27 de maio, com a participação desses dois representantes máximos da troika e também Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional.

Na carta, a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias recorda que a atuação destas três entidades, na sua forma de troika, tem sido um tema central e o mais polémico do debate para as próximas eleições de 25 de maio, e por isso considera “inaceitável que utilizem o domingo em que o povo está a exercer o seu direito de voto para marcarem presença pública”, quando as boas regras da democracia “aconselham a que os dias de voto sejam dias de calma, de serenidade e sem qualquer intervenção política”.

Há um mínimo de regras democráticas que não podem ser ignoradas

"Realizar tal reunião nesse domingo, torna clara a intenção de condicionar e marcar presença no ato eleitoral de um Estado-Membro que tem estado sujeito a um programa de intervenção dessas mesmas entidades".

“Violar este princípio, começando tal reunião nesse domingo, torna clara a intenção de condicionar e marcar presença no ato eleitoral de um Estado-Membro que tem estado sujeito a um programa de intervenção dessas mesmas entidades”, afirma Marisa Matias, sublinhando que há um mínimo de regras democráticas que não podem ser ignoradas.

“Estou certa que outros Estados-Membros nunca aceitariam a marcação desta reunião no dia das eleições. Informo Vossa Excelência que nós também não aceitamos e tomaremos todas as medidas necessárias para que a reunião seja adiada”, conclui a candidata do Bloco, acrescentando, na carta dirigida a Durão Barroso, um apelo a que, “como português, com responsabilidades acrescidas, que se recuse a participar nesta humilhação ao nosso país”.