Marisa Matias enviou ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e ao presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, uma carta a exigir o adiamento da conferência “Política Monetária num Contexto Financeiro em Evolução”, marcada para um hotel em Sintra entre 25 e 27 de maio, com a participação desses dois representantes máximos da troika e também Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional.
Na carta, a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias recorda que a atuação destas três entidades, na sua forma de troika, tem sido um tema central e o mais polémico do debate para as próximas eleições de 25 de maio, e por isso considera “inaceitável que utilizem o domingo em que o povo está a exercer o seu direito de voto para marcarem presença pública”, quando as boas regras da democracia “aconselham a que os dias de voto sejam dias de calma, de serenidade e sem qualquer intervenção política”.
Há um mínimo de regras democráticas que não podem ser ignoradas
"Realizar tal reunião nesse domingo, torna clara a intenção de condicionar e marcar presença no ato eleitoral de um Estado-Membro que tem estado sujeito a um programa de intervenção dessas mesmas entidades".
“Violar este princípio, começando tal reunião nesse domingo, torna clara a intenção de condicionar e marcar presença no ato eleitoral de um Estado-Membro que tem estado sujeito a um programa de intervenção dessas mesmas entidades”, afirma Marisa Matias, sublinhando que há um mínimo de regras democráticas que não podem ser ignoradas.
“Estou certa que outros Estados-Membros nunca aceitariam a marcação desta reunião no dia das eleições. Informo Vossa Excelência que nós também não aceitamos e tomaremos todas as medidas necessárias para que a reunião seja adiada”, conclui a candidata do Bloco, acrescentando, na carta dirigida a Durão Barroso, um apelo a que, “como português, com responsabilidades acrescidas, que se recuse a participar nesta humilhação ao nosso país”.