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Manuel Pinho exige reforma de 7.8 milhões ao Novo Banco

O ex-ministro socialista pôs o Novo Banco em tribunal para receber a reforma milionária que combinara com Ricardo Salgado, isenta de impostos e cortes aplicados às pensões nos últimos anos.
Depois de sair do Governo, Manuel Pinho foi para administrador do BES África, a holding que controlava o BESA em Angola. Foto Tiago Petinga/Lusa

Segundo e edição desta sexta-feira do semanário Sol, Manuel Pinho já avançou com uma ação judicial no mês passado contra o Novo Banco e o Fundo de Pensões do BES, depois de se ter queixado ao Banco de Portugal, à CMVM e ao Instituto de Seguros de Portugal. O ex-ministro da Economia do governo Sócrates exige o pagamento de 7.8 milhões de euros, correspondentes a 10 anos de reforma antecipada a que diz ter direito entre os 55 e os 65 anos.

Pinho reclama o valor bruto da pensão e quer que sejam as duas entidades alvo da ação a suportar a retenção de IRS, a sobretaxa deste imposto e o valor cortado pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade aos pensionistas desde 2011.

Pinho reclama o valor bruto da pensão e quer que sejam as duas entidades alvo da ação a suportar a retenção de IRS, a sobretaxa deste imposto e o valor cortado pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade aos pensionistas desde 2011.

Antigo quadro do BES, Manuel Pinho pertenceu à administração de empresas do grupo entre 1994 e 2005, altura em que entrou no governo. Quatro anos depois, saiu da política após um episódio inédito em pleno parlamento, com o ministro a fazer "corninhos" com as mãos para os deputados da oposição num debate parlamentar. Regressou ao BES em 2010, tendo ocupado o cargo de administrador do BES África, a holding que controlava o BES Angola (BESA), onde passou a receber 39 mil euros por mês.

Quando o naufrágio do Grupo Espírito Santo estava já anunciado, Manuel Pinho aproveitou o seu 50º aniversário para requerer o direito à reforma antecipada e diz ter até negociado com Ricardo Salgado o pagamento dos 10 anos de salários de uma só vez. Mas o banco recusou esse pedido em janeiro de 2014. A nova gestão do banco cortou-lhe entretanto o salário para 2 mil euros mensais e Pinho apresentou a demissão, recorrendo depois à via judicial para reclamar a sua pré-reforma milionária.

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