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As maiores camadas de gelo do mundo estão a derreter em tempo recorde

As duas maiores camadas de gelo do mundo, na Gronelândia e na Antártida, estão a derreter no período de tempo mais rápido já registado, de acordo com um novo estudo baseado em imagens de satélite detalhadas. Por Jon Queally, Common Dreams.
Gronelândia - Foto de Christine Zenino/flickr

Apresentada por cientistas no instituto alemão Alfred Wegener, a nova investigação foi conduzida com o auxílio da mais sofisticada tecnologia de mapeamento e com o uso de um satélite ESA (chamado CryoSat-2) o qual utilizou tecnologia de radar para gerar medidas exatas das camadas de gelo.

A visão detalhada das camadas é devastadora.

“O volume perdido na Gronelândia dobrou desde o ano 2000,” explicou o glaciologista da AWI e co-autor do relatório Prof. Dr. Angelika Humbert. “A perda da camada de gelo da Antártida ocidental ao mesmo tempo multiplicou a perda em 3 vezes. As duas camadas de gelo combinadas estão a diminuir a um nível de 500 quilómetros cúbicos por ano. É a velocidade mais rápida já observada desde o inicio das gravações das imagens em satélites 20 anos atrás.”

Falando com a BBC, Humbert foi além, declarando: “A contribuição das duas camadas de gelo juntas para o aumento do nível do mar dobrou desde 2009. Para nós, esse número é incrível.”

O Huffington Post reporta:

“O derretimento glacial mais rápido entre os medidos foram os do glaciar Jakobshavn na Gronelândia e do glaciar Pine Island na Antártida Ocidental. O glaciar Jakobshavn está a ser engolido pelo oceano a um ritmo de 46 metros - ou metade de um campo de futebol - por dia. No ano passado, um pedaço de gelo do dobro do tamanho de Detroit rompeu do topo do glaciar Pine Island”.

Robert Bindschadler, do Centro Espacial da NASA, recentemente contribuiu para um estudo similar para o Instituto de Potsdam para Investigação do Impacto Climático. “O aumento do nível do mar é mundialmente considerado como o resultado da mudança climática que afeta diretamente milhões de moradores costeiros à volta do mundo; indiretamente, afeta milhares de milhões que compartilham os seus custos financeiros,” disse numa conferência de imprensa. Até 2100, somente os derretimentos na Antártida poderão somar até 37 centímetros, ou mais de 14 polegadas, aos níveis marítimos globais.

Artigo de Jon Queally, publicado em Common Dreams. Tradução de Isabela Palhares para Carta Maior.

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