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Luís Fazenda acusa Governo de “cientificídio”, Bloco impõe ida de Crato à AR

Luís Fazenda apelou à “insubmissão cidadã a um plano premeditado de cientificídio” e acusou o ministro da Educação de ser o autor desse plano que visa “terminar com o desenvolvimento do país na área da ciência”. O Bloco apresentou um requerimento potestativo para a audição de Nuno Crato na comissão parlamentar de educação “sobre os concursos de atribuição de bolsas da FCT e as políticas públicas para a Ciência”.
Luís Fazenda apelou à “insubmissão cidadã a um plano premeditado de cientificídio” - Foto de manifestação dos bolseiros de 21 de janeiro de 2014

O deputado Luís Fazenda do Bloco de Esquerda, em declaração política na Assembleia da República (AR) nesta quinta-feira, afirmou que o que se tem passado com as bolsas de doutoramento e pós-doutoramento e outros “episódios de turbulência” com a Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT), “não são apenas mais um corte”, nem apenas “uma circunstância dramática que atinge milhares de pessoas das mais bem formadas do país”, “é um cientificídio”.

O deputado bloquista denunciou que não existe nenhum plano alternativo, que a “alternativa é o desemprego, a alternativa é a emigração, a alternativa são 5.000 pessoas das mais qualificadas do país que ficam na margem do progresso do nosso país”.

Referindo que Passos Coelho disse no debate quinzenal que há “outro paradigma”, “uma outra alternativa” que seria a do “do investimento privado”, Luís Fazenda afirmou:

“No investimento privado não damos registo, não damos fé de que haja o que quer que seja para a vinculação, para a contratação de investigadores em ciência”. O deputado do Bloco desafiou os deputados de PSD e CDS a que assumam claramente “que decidiram fechar as portas da ciência em Portugal”.

Referindo as informações provindas do orçamento do Estado, dos laboratórios do Estado, dos laboratórios associados, Luís Fazenda salientou que se verifica “cortes brutais”, “diminuição de financiamento” e afirmou enfaticamente: “isto é o paradigma do zero, da nulidade absoluta. Não há paradigma nenhum é uma mistificação, é um embuste, é um logro”.

Acusando a maioria de direita de se “acobardar politicamente”, de não querer discutir com o ministro “que é o verdadeiro rosto desta matéria, que é o responsável por este plano ideologicamente sustentado, mas que na prática é de cientificídio”, Luís Fazenda afirmou:

“O Bloco de Esquerda usará os direitos potestativos que lhe assistem para trazer o ministro da Educação ao parlamento e para trazê-lo à comissão de Educação, porque já percebemos que quaisquer que sejam as tentativas dos partidos da oposição a maioria não permitirá a vinda do ministro da Educação”.

O deputado do Bloco frisou ainda que “vai ser preciso um sobressalto cívico e um sobressalto muito grande da universidade, da comunidade científica, porque a este governo tem de ser tolhido o passo senão não há ciência, senão não há melhoria dos índices educativos, senão não há futuro no país”.

O Bloco de Esquerda apresentou ao presidente da comissão parlamentar de educação, nesta quinta-feira, um “requerimento potestativo com caráter de urgência para a audição do Ministro da Educação e Ciência sobre os concursos de atribuição de bolsas da FCT e as políticas públicas para a Ciência”. (aceda ao texto do requerimento na íntegra em pdf)

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