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Luaty Beirão está doente e rejeita tratamento médico

O jornal online Rede Angola noticiou que o porta-voz dos serviços Penitenciários de Angola, Meneses Camossa, confirmou que o ativista Luaty Beirão está doente e recusa medicação.
Foto da página do Facebook em nome de Luaty Beirão.

"Segundo as análises feitas, está confirmado que o Luaty Beirão tem paludismo, mas ele se nega a fazer a medicação, permanecendo simplesmente com uma box [cuecas], embora nos períodos nocturnos tem estado a cobrir-se com um lençol", afirmou Menesses Cassoma ao Rede Angola, citado pelo jornal Público

Numa mensagem divulgada na página do Facebook em nome de Luaty Beirão é referido que o activista sofre de febre, calafrios e convulsões, continuando, desta forma, o seu protesto contra a transferência da prisão de Viana para São Paulo onde funciona o hospital-prisão, refere aquele jornal.

Refira-se que a transferência de vários ativistas do grupo dos 17 que foram condenados por "atos preparatórios de uma rebelião" foi contestada pelos próprios, que disseram não querer ser levados para um local com melhores condições do que as restantes cadeias angolanas.

A justiça angolana condenou Luaty Beirão a cinco anos e seis meses de prisão e este decidiu iniciar um protesto contra a sua transferência, tendo permanecido de boxers e imóvel, o que já lhe tinha provocado um quadro clínico de dores de costas. Também não ingere os alimentos da prisão, tendo sido autorizado a comer os que a família lhe leva.

De acordo com o porta-voz dos Serviços Penitenciários, os activistas detidos na cadeia de Viana só foram transferidos devido à "pressão por eles feitas, alegando que o estabelecimento penitenciário de Viana não tinha condições mínimas para recebê-los".

"Um dos elementos que levou a direcção a tomar essa decisão foram as constantes reclamações que eles faziam, através de seus parentes, das condições de Viana, do perigo que eles diziam estar a viver lá. Hoje, não entendemos o Luaty, sobretudo porque os demais sentem-se muito bem no Hospital-Prisão de São Paulo", afirmou Menezes Cassoma.

O jornal Rede Angola refere ainda que “numa das últimas cartas que escreveu, Luaty Beirão, deixou claro que a sua única exigência é "um compromisso escrito da direção dos serviços prisionais em que aceitem" devolvê-lo à prisão de Viana.

Amnistia Internacional saúda libertação de Marcos Mavungo

Entretanto, o diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal (AI), Pedro Neto saudou a libertação, em Angola, do ativista Marcos Mavungo e apelou para que "outros prisioneiros de consciência” naquele país possam também ser libertados.

“Ficamos muito felizes e celebramos o facto, porque lutámos para este dia, para que ele tivesse liberdade. Consideramos o Marcos um prisioneiro de consciência e prisioneiros de consciência, um dia sequer que passem na prisão, já é tempo a mais”, afirmou à Lusa, Pedro Neto

Marcos Mavungo foi detido a 14 de março de 2015 depois de ter organizado uma manifestação em defesa dos direitos humanos em Cabinda, tendo sido condenado em 14 de setembro a seis anos de prisão pelo crime de rebelião.

Na sequência desta libertação, a Aministia Internacional apelou ainda para que “outras histórias parecidas e outros nomes de prisioneiros de consciência em Angola possam também ter esta liberdade”, tendo acrescentando estar a “referir-se aos 17 ativistas, entre os quais o luso-angolano Luaty Beirão”.

“Temos de ter esperança [que serão libertados], que haja esse bom senso e essa grandeza de valor para que a injustiça seja retirada”, sublinhou.

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