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Krugman: “Exigências do Eurogrupo são uma loucura”

O prémio Nobel da Economia defende que as medidas que o Eurogrupo quer impor à Grécia são uma “grotesca traição” ao projeto europeu e que estamos perante um verdadeiro “golpe de Estado" #ThisIsACoup.
Foto de Lou Gold, Flickr.

“Suponha que considera Tsipras um imbecil incompetente. Suponha que quer a qualquer preço ver o Syriza fora do poder. Suponha, até, que vê como boa a perspetiva de empurrar aqueles gregos irritantes para fora do euro. Mesmo que tudo isso seja verdade, esta lista de exigências do Eurogrupo é uma loucura”, defende Paul Krugman na sua coluna no The New York Times.

Para o prémio Nobel da Economia, “o popular hashtag ThisIsACoup [Isto é um golpe de Estado] está completamente correto”.

“Isto vai para além da vingança pura e dura, é a completa destruição da soberania nacional, e nenhuma esperança de alívio. Pretende-se, presumivelmente, que esta seja uma proposta que a Grécia não pode aceitar; mas mesmo assim, é uma grotesca traição a tudo o que o projeto europeu supostamente devia ser”, vinca.

Questionando sobre se ainda é possível “tirar a Europa do abismo”, Krugman lembra que “é dito que Mario Draghi está a tentar reintroduzir alguma sanidade” e que “Hollande está finalmente a demonstrar alguma resistência à moralidade económica da Alemanha”, coisa que nunca fez no passado.

“Mas a maior parte dos danos já foram causados. Quem é que irá voltar a acreditar nas boas intenções da Alemanha após tudo isto?”, avança.

Segundo o economista, “o que aprendemos nestas duas últimas semanas é que ser membro da zona do euro significa que os credores podem destruir a sua economia se pisar fora do risco”.

“É tão verdade como sempre que a imposição de austeridade sem alívio da dívida é uma política condenada independentemente do quão disposto um país esteja a aceitar o sofrimento. E isto, por sua vez, significa que mesmo uma completa capitulação grega seria um beco sem saída”, defende Krugman.

“Pode a Grécia conseguir uma saída bem-sucedida? Irá a Alemanha tentar bloquear uma recuperação?”. Estas são, segundo o prémio Nobel, as questões que devemos colocar agora.

“O projeto europeu – um projeto que eu sempre elogiei e apoiei – acaba de ser alvo de um golpe terrível e talvez fatal. E independentemente do que pensa sobre o Syriza, ou a Grécia, não foram os gregos que o fizeram”, remata Paul Krugman.

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