Está aqui

José António Pinto deixa medalha no parlamento em protesto “contra retrocesso civilizacional”

“Não quero medalhas, quero que os cidadãos deste país protestem livremente e de forma digna dentro desta casa e quando reivindicam os seus direitos por uma vida melhor não sejam expulsos pela polícia destas galerias”, afirmou José António Pinto, que deixou na AR a medalha de ouro que reconhece o seu trabalho como assistente social da Junta de Freguesia de Campanhã e lhe foi entregue no Dia Internacional dos Direitos Humanos.
“Quero que os cidadãos do meu país hipotecado realizem os seus sonhos, quero que estes governantes estanquem imediatamente este processo de retrocesso civilizacional, que ilumina palácios, mas ao mesmo tempo deixa pessoas a dormir na rua”, afirmou José António Pinto - Footo de Miguel A. Lopes

Na Assembleia da República realizou-se nesta terça-feira a entrega do Prémio Direitos Humanos 2013 e das medalhas de ouro comemorativas do 50º aniversário da declaração Universal dos Direitos Humanos.

José António Pinto, popularmente conhecido como “Chalana”, é assistente social na freguesia da Campanhã na cidade do Porto e a medalha foi-lhe atribuída em reconhecimento do seu trabalho.

O assistente social começou por afirmar “troco esta medalha por outro modelo de desenvolvimento económico”, o que provocou os aplausos das pessoas presentes na cerimónia.

José António Pinto afirmou então: “Quero que os cidadãos do meu país hipotecado realizem os seus sonhos, quero que estes governantes estanquem imediatamente este processo de retrocesso civilizacional, que ilumina palácios, mas ao mesmo tempo deixa pessoas a dormir na rua”.

O assistente social declarou ainda: “Deixo ficar esta medalha no parlamento se os senhores deputados me prometerem que futuramente as leis aprovadas nesta casa não vão causar mais estrago na vida daqueles que por terem deixado de dar lucro são hoje considerados descartáveis”.

A Assembleia da República distinguiu também com a medalha de ouro Farid Walizadeh, um refugiado afegão de 16 anos que está em Portugal desde janeiro e já é campeão nacional de boxe.

O Prémio Direitos Humanos 2013 foi entregue à Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci) pela defesa dos interesses e direitos das pessoas com deficiência e pela sensibilização da opinião pública em relação ao tema.

Termos relacionados Sociedade
Comentários (3)