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João Semedo defende uma política autárquica de promoção da saúde

O mapeamento geográfico e social do Porto, feito pela Universidade do Porto, revela uma forte relação entre planeamento urbano e promoção da saúde.

João Semedo visitou esta terça-feira o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), onde afirmou a necessidade de intervenção da autarquia na prevenção na saúde e na doença, com políticas que combatam a pobreza, a baixa instrução e o isolamento”, noticia a Lusa. 

A reunião com vários investigadores do ISPUP faz parte da construção do programa do Bloco de Esquerda para o Porto e serviu para discutir padrões de hábitos alimentares na cidade, nomeadamente a obesidade, dor nas crianças, insegurança alimentar, prevalência de disfunção cognitiva e demência na população. 

João Semedo identificou em particular as cantinas escolares bem como o comércio alimentar estruturado à volta das escolas, que devem promover um “estilo de vida saudável”. Para isso, a câmara tem de intervir na organização do espaço urbano, nas condições de habitação e de acesso à saúde, com o objetivo de “fazer uma intervenção de reequilíbrio a favor da prevenção da saúde e da doença”, disse.

Os investigadores apresentaram um estudo - “Geografias da saúde na cidade do Porto” -, que estabelece a relação entre ambiente social e problemas de saúde, sendo que “determinados desenhos urbanos levam a um estilo de vida mais sedentário”.

Por exemplo, o estudo concluiu que 65% das pessoas com mais de 65 anos não faz qualquer tipo de atividade física”, conclusão obtida depois de ter sido feito um mapeamento dos indivíduos questionados e dos equipamentos que existem na sua zona de residência “e podem ser promotores ou inibidores da atividade física”. 

Um fator preponderante na atividade física é a “a distância de áreas verdes”, apesar do crime não influir. O presidente do ISPUP, Henrique Barros, defendeu que “a intervenção precoce no tecido social e urbano pode mudar a perspetiva”, existindo “um contínuo entre os fenómenos sociais e biológicos”.

João Semedo reforçou esta ideia, afirmando que uma intervenção junto dos mais novos (infância), “uma intervenção precoce, tem consequências ao longo da vida”, tendo as escolas, “que são da responsabilidade da autarquia”, um papel determinante.

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