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Impasse em Itália: Nenhuma formação política obtém maioria suficiente para governar
O Movimento 5 Estrelas (MS5), eurocético e populista, liderado por Luigi Di Maio, é a maior força política no Parlamento, com 32,7% dos votos para a Câmara e 32,2% para o Senado. Apesar de, durante toda a campanha, ter afirmado que não faria coligações, Di Maio já assumiu que procurará o apoio de outras forças.
A Liga Norte, de Matteo Salvini, aliada de Marine Le Pen na Europa, obteve 17,4% dos votos para a Câmara e 17,6% para o Senado. Coligada com o Força Itália, de Berlusconi (14% para a Câmara e 14,4% para o Senado), o Irmãos de Itália (4,3% para a Câmara e para o Senado) e o Nós com Itália (1,3% para a Câmara e 1,2% para o Senado) reuniu, no total, 37% dos votos para a Câmara e 37,5% para o Senado.
Através da rede social Twitter, a líder da Frente Nacional de França saudou Salvini pelo resultado eleitoral, frisando que tal "progressão espetacular" está inserida "numa nova etapa do despertar dos povos".
La progression spectaculaire et l'arrivée en tête de la coalition de La Ligue emmenée par notre allié et ami @matteosalvinimi est une nouvelle étape du réveil des peuples !
Chaleureuses félicitations ! MLP#Elezioni2018 #Italie— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 5 de março de 2018
A coligação encabeçada pelo Partido Democrático (PD), no poder desde 2013, ficou-se pelos 22,8% para a Câmara e 23% para o Senado. O PD, com 18,7% dos votos para a Câmara e 19,1% para o Senado, obteve o pior resultado desde a sua formação em 2007. Matteo Renzi apresentou a sua demissão após o fracasso eleitoral, deixando um recado ao seu partido, no sentido de que não deverá procurar qualquer aliança pós-eleitoral com “partidos extremistas”.
A lista Livres e Iguais (LeU), liderada por Pietro Grasso, antigo juiz anti Máfia e atual presidente do Senado, obteve 3,4% dos votos para a Câmara e 3,3% para o Senado.
A plataforma Poder ao Povo, que agrega setores da esquerda social e política que não se revêem nas duas vias da social democracia em presença, somou 1,1% dos votos para a Câmara e 1% para o Senado.
Ler também: Poder ao Povo – a esquerda italiana (de novo) em movimento
A 23 de março, o Parlamento irá reunir-se e os novos deputados e senadores eleitos serão chamados a escolher os seus líderes. A partir daí estarão reunidas as condições para que o presidente italiano, Sergio Mattarella, comece a ouvir os líderes partidários, logo a partir do início de abril.
O MS5 destacou que “ninguém vai poder governar” Itália sem ele.
“Vamos assumir a responsabilidade de formar este governo, mas de uma forma diferente, falando com todos os partidos sobre o que este país precisa”, referiu Riccardo Fraccaro, um dos responsáveis do partido mais votado.
Já Matteo Salvini sublinhou que os resultados da extrema-direita foram “fantásticos”.
Logo pela manhã, Salvini, citado pelo La Repubblica, vincou que “a Liga venceu no centro-direita e continuará a liderar o centro-direita”. É uma coligação “que venceu e pode governar", sinalizou.
A Força Itália emitiu, entretanto, um comunicado no qual assinala que “obteve um apoio importante”, informando que, “esta tarde, o presidente Berlusconi encontrou Matteo Salvini e confirmou que, com este resultado, as forças de centro-direita poderão reforçar a coligação que terá o mandato para governar a Itália".
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