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Israel bombardeia sede do Hamas e prepara-se para invadir Gaza

A aviação israelita bombardeou neste sábado a sede do Hamas, no quarto dia de ofensiva militar de Israel contra a faixa de Gaza. Já morreram, pelo menos, 38 palestinianos e 3 israelitas desde o assassinato de Ahmed Jaabari, chefe militar do Hamas, e há centenas de feridos. O Governo israelita mobilizou 75.000 reservistas, preparando uma possível invasão terrestre de Gaza. Obama manifesta apoio a Netanyahu.

Na passada quarta feira, o exército israelita assassinou Ahmed Jaabari, chefe militar do Hamas. Segundo o pacifista israelita, Gershon Baskin, que ajudou nas negociações para a libertação do soldado Gilad Shalit, Israel cometeu um erro histórico, que custará muitas vidas a ambos os lados, pois matou o responsável do Hamas que negociava uma trégua de longo prazo. Horas antes de ser assassinado, Ahmed Jabari, teria recebido o rascunho de um acordo permanente de trégua com Israel. (Ver mais em Carta Maior)

No quarto dia de ataques de Israel a Gaza, a sede do Hamas “recebeu quatro impactos” segundo fontes governamentais palestinianas e foram atacados 85 pontos em Gaza, segundo um comunicado divulgado pelas forças armadas israelitas na sua conta do twitter. Aliás, as redes sociais estão a ser usadas na guerra, nomeadamente o twitter e o youtube (também o Hamas está no twitter).

Desde o início da ofensiva israelita já morreram, pelo menos, 38 palestinianos e três israelitas, havendo mais de 400 feridos. Os feridos na cidade de Gaza são transportados para o hospital Shifa, que segundo o jornal “El Pais” já recebeu mais de 257 feridos desde o assassinato de Jaabari. Segundo o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos, a ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza já matou, pelo menos, 17 palestinianos civis, incluindo 2 mulheres e 6 crianças. O número de feridos civis ascende já a 381 pessoas, incluindo 107 crianças e 64 mulheres.

O exército de Israel diz que já atingiu 600 objetivos na faixa, enquanto os grupos armados palestinianos dizem que atingiram 550 pontos.

Na sexta feira, o primeiro ministro israelita Benjamin Netanyahu reuniu o governo, para preparar uma invasão militar terrestre da Faixa de Gaza, ao que tudo indica. Após a reunião ministerial foi divulgado que o ministro da Defesa, Ehud Barak, aprovou a mobilização de 75.000 reservistas. A guerra de Israel contra Gaza conta com o apoio dos EUA, reiterado por Barack Obama que na noite de sexta feira telefonou a Netanyahu para garantir a Israel o apoio ao auto-declarado “direito a defender-se”, quando na realidade se trata de uma ofensiva militar e uma guerra desencadeada mais uma vez por Israel.

Na manhã desta sexta feira, o primeiro ministro egípcio, Hicham Kandil, visitou o hospital Shifa, para mostrar a sua solidariedade com os palestinianos. Durante a visita de Kandil a Gaza, Israel comprometeu-se a manter um cessar-fogo de três horas, desde que os grupos palestinianos também o respeitassem. Ambos os lados respeitaram o compromisso, tendo recomeçado os bombardeamentos após o primeiro-ministro egípcio ter atravessado a fronteira de Rafah.

Em Gaza, a situação é caótica e ninguém se sente seguro. As ruas estão desertas, enquanto os automóveis se acumulam em filas junto a bombas de gasolina, uma vez que o combustível escasseia. Segundo o jornal “El Pais”, o barulho é ensurdecedor com as bombas israelitas a cair. O estrondo dos bombardeamentos combina-se com o zumbido dos drones israelitas e com o dos rocketslançados pelos palestinianos em direção a Israel e que têm chegado até aos arredores de Jerusalém.

Na tarde desde sábado, dois mísseis lançados de Gaza atingiram de novo a cidade de Telavive. Na passada quinta feira, um rocket chegou à zona de Telavive, uma situação que nunca tinha acontecido antes.

Os alvos israelitas estão a ser os símbolos do poder do Hamas em Gaza. Um porta-voz militar israelita assumiu mesmo o objetivo de assassinar o primeiro-ministro de Gaza: "O nosso alvo foi o quartel-general de Ismail Haniyeh", afirmou à AFP um porta-voz militar israelita. Outro bombardeamento atingiu a casa do ministro do Interior, Ibrahim Salah, no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. Foram ainda atingidos o quartel-general da polícia do Hamas, a Universidade Islâmica e o Estadio "Palestina", o principal espaço desportivo de Gaza.

Numa visita de solidariedade a Gaza, Rafik Abdessalem, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, apelou à comunidade internacional para "travar a agressão israelita flagrante". Recep Tayyp Erdogan, primeiro-ministro turco, acusou Israel de violar as tréguas com o Hamas.

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