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Irão suspende sentença de lapidação de Sakineh Ashtiani

Ministério das Relações Exteriores anuncia que execução foi suspensa e que o caso está a ser revisto novamente. Horas antes, Parlamento Europeu reiterou as críticas à sentença de morte por lapidação.
Sakineh Ashtiani

O Ministério das Relações Exteriores do Irão anunciou nesta quarta-feira que a sentença de lapidação (morte por apedrejamento) da iraniana Sakineh Ashtiani foi suspensa. "A execução da senhora Ashtiani por adultério foi paralisada e (o seu caso) está a ser revisto novamente; a sentença por cumplicidade em assassinato está em processo", disse o porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast, segundo a TV estatal local Press TV.

Sakineh, de 43 anos e mãe de dois filhos, foi condenada pela Justiça iraniana à morte, pela acusação de adultério, e a dez anos de prisão por participação no assassinato do seu marido. Uma grande campanha internacional vem pressionando as autoridades iranianas para que a pena não seja executada. O Brasil chegou mesmo a oferecer asilo a Sakineh, o que foi rejeitado pelo governo iraniano.

A suspensão da sentença foi confirmada pela agência estatal Fars. "Por decreto do chefe do Judiciário, a execução de Sakineh Mohammadi foi suspensa e não será executada por enquanto", disse à agência Vahid Kazemzadeh, secretário distrital de direitos humanos.

A sentença de morte contra Ashtiani fora originalmente suspensa em meados de Julho, na esteira da enorme onda de críticas e de condenação internacional – desde as Nações Unidas ao Vaticano. As autoridades iranianas disseram então que só voltariam a avaliar o caso no fim do Ramadão.

A decisão agora anunciada surge algumas horas depois de o Parlamento Europeu ter adoptado uma resolução reiterando as críticas à sentença de morte por lapidação e instando as autoridades de Teerão a reverem-na, garantindo um julgamento justo de Sakineh Ashtiani. “Sejam quais forem os actos cometidos, uma condenação à morte por apedrejamento não é justificável nem aceitável”, diz o documento, que recebeu o voto positivo da quase totalidade dos deputados europeus (658, com apenas um voto contra e 22 abstenções).

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