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Incineradora de São Miguel é "megalómana e insustentável", critica Bloco/Açores

O Bloco de Esquerda Açores criticou esta segunda-feira a decisão da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) de adjudicar a construção de uma central de valorização energética, alegando que o projeto é "megalómano e insustentável".
Fonte da imagem: Ekologistak Martxan

“Esta decisão é mais um passo na concretização de um projeto que não serve à ilha de São Miguel e que terá consequências negativas na saúde pública e no ambiente, para além do seu gigantesco custo económico imediato e futuro. É um projeto megalómano e insustentável que custará muito caro aos contribuintes”, sublinha o Bloco através de um comunicado.

A construção de uma segunda incineradora nos Açores (já existe uma na ilha Terceira) tem sido contestada, mas, depois de vários debates, o presidente da AMISM, Ricardo Rodrigues, anunciou esta segunda-feira que a obra foi adjudicada por 64,6 milhões de euros.

Segundo o também autarca de Vila Franca do Campo, além da central de valorização energética, a AMISM pretende instalar também um pré-tratamento de resíduos.

Para o Bloco de Esquerda, o presidente da AMISM agiu "como se fosse um Capitão Donatário", ignorando os alertas e apelos para que o processo fosse travado e contradizendo-se publicamente "vezes sem conta".

"De forma totalmente incompreensível, a AMISM, apesar de anunciar que terá financiamento para a instalação de um TMB [Tratamento Mecânico e Biológico] a montante da incineradora, não pretende sequer redimensionar a incineradora, ignorando a inevitável redução da quantidade de resíduos que chegará a esta", apontou.

O Bloco Açores responsabiliza as seis autarquias de São Miguel, lideradas por PS e PSD, mas também o Governo Regional (PS), por apoiar a decisão da AMISM e por ter permitido a incineração no Plano de Gestão de Resíduos.

"O Bloco de Esquerda continua a luta contra a incineração e exige a suspensão imediata do processo para que, de forma séria e transparente, se desenvolva uma solução integrada, ambiental e economicamente sustentável para os resíduos sólidos urbanos em São Miguel", salientou o partido.

Segundo o presidente da AMISM, as obras de construção da central de valorização energética de São Miguel deverão arrancar dentro de um ano, com um prazo de execução de 38 meses.

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