Está aqui
Grécia vai para eleições antecipadas após renúncia de Tsipras
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou a renúncia ao cargo, abrindo caminho a eleições antecipadas, que provavelmente irão ocorrer no dia 20 de setembro. Num discurso na televisão, Tsipras disse que “o mandato que recebemos no dia 15 de janeiro expirou” e afirmou sentir “a profunda obrigação moral e política de me submeter ao vosso julgamento”, para que o voto dos eleitores “determine se vos representámos com coragem nas conversações com os credores, se este acordo é suficiente para emergirmos da crise”.
A decisão do primeiro-ministro já era esperada, devido à rebelião da ala esquerda do Syriza, com cerca de 1/3 da sua bancada parlamentar do Syriza a recusar-se a votar o 3º resgate, o que deixou a coligação governamental Syriza-Gregos Independentes sem a maioria parlamentar, dependendo do voto dos partidos de oposição para aprovar o 3º memorando com os credores.
Novo partido prestes a ser anunciado
Segundo algumas fontes, a Plataforma de Esquerda, liderada pelo ex-ministro Panagiotis Lafazanis, deverá muito em breve anunciar uma nova formação política que se chamará Unidade Popular e contará também com a participação da atual presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou, e dirigentes do partido Antarsya, não se sabendo ainda qual será a opção do Movimento dos Cidadãos Ativos do ex-eurodeputado e herói nacional Manolis Glezos.
A Plataforma de Esquerda, liderada pelo ex-ministro Panagiotis Lafazanis, deverá muito em breve anunciar uma nova formação política que se chamará Unidade Popular
O maior partido de oposição, a Nova Democracia, anunciou que iria usar os três dias que a Constituição lhe confere para tentar formar um governo minoritário. Como é previsível que não consiga, a tarefa ainda passaria para o 3º partido, a Aurora Dourada, a menos que a ala esquerda do Syriza cinda com todos os seus deputados, o que a tornaria a 3ª formação política (segundo o The Guardian, corriam boatos neste sentido) e levaria a que Lafazanis fosse também encarregado de formar governo.
Caso nenhum partido da oposição consiga formar Governo, um executivo interino ficará no poder até à votação, chefiado pela presidente do Supremo, Vasiliki Thanou, que é muito crítica do plano de austeridade.
Moody's diz que eleições põem em risco programa do 3º resgate
As eleições antecipadas provocaram a habitual reação temerosa das autoridades europeias e dos porta-vozes da finança
As eleições antecipadas provocaram a habitual reação temerosa das autoridades europeias e dos porta-vozes da finança – os chamados “mercados”. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, apelou à Grécia para que não abandone o seu compromisso com o euro.
A agência de notação Moody's advertiu que Tsipras pôs em risco o programa do 3º resgate com a convocatória das eleições antecipadas. As eleições “podem aumentar as preocupações em torno da implementação do programa e, potencialmente, pôr em risco o pagamento de futuras tranches”, diz um comunicado da agência.
Adicionar novo comentário