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Governo pode fazer "muito melhor a cada dia"

O que já se conseguiu foi importante, mas é "ainda muito pouco” face “à desigualdade tremenda que existe ainda" em Portugal, afirmou Catarina Martins, sublinhando que “para fazer muito melhor a cada dia a força do Bloco é determinante".
Foto de Paulete Matos.

"O primeiro-ministro dizia ontem que não se pode fazer tudo num ano, é certo, mas podemos fazer muito melhor a cada dia. E para fazer muito melhor a cada dia a força do Bloco de Esquerda é determinante", afirmou Catarina Martins durante o discurso no almoço da candidatura do Bloco de Esquerda em Vila Nova de Gaia.

"Nós sempre dissemos que sem recuperar rendimentos não havia crescimento e que não há contas públicas saudáveis sem crescimento económico, mas a pergunta que eu faço é até que ponto é que a boa notícia que veem na televisão está nas vossas vidas concretas, na das vossas famílias e dos vossos", questionou a coordenadora bloquista, sublinhando que "os perigos estão à espreita a cada momento".

Destacando que o que já se conseguiu para o país foi importante, Catarina Martins defendeu que "ainda é muito pouco face à destruição, o sacrifício, face à desigualdade tremenda que existe ainda" em Portugal.

A dirigente bloquista realçou que não havia no país quem não soubesse "que a força do Bloco faz a diferença": "Nós somos lutadores determinados no que faz a diferença na vida das pessoas, contra a precariedade, por pensões dignas, por direito do trabalho".

Catarina Martins pediu "vozes mais exigentes" nas próximas autárquicas, que digam que "não pode haver precariedade nas autarquias", que defendam os "serviços públicos que servem todas as pessoas".

A coordenadora do Bloco pediu também "vozes mais exigentes que sabem que a igualdade é algo que é por inteiro" e pediu "vozes exigentes que não esqueçam freguesias, porque não ficam no postal do turista" e de "vozes mais exigentes que não deixem ficar ninguém para trás".

É inadmissível que presidência do Conselho de Ministros trabalhe à conta de estágios não remunerados

“Quem pensa que o Bloco de Esquerda calará alguma das lutas que são as suas lutas de sempre está muito enganado. Nós soubemos do caso, denunciamo-lo, o José Soeiro já questionou, e bem, o Governo sobre esta matéria, e não largamos. Tem de ser corrigido”, declarou Catarina Martins, referindo-se ao facto de o Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros (CEJUR) abrir uma unidade orgânica maioritariamente constituída por estagiários não remunerados.

A coordenadora do Bloco considera que é “absolutamente inadmissível que algo como a presidência do Conselho de Ministros possa trabalhar à conta de estágios não remunerados” e alertou que se o Governo acha que pode ter estágios em vez de contratos de trabalho, então “não está a levar a sério” o trabalho “de erradicar a precariedade” que se tem de fazer no país.

“Mesmo nos momentos em que nós estamos a fazer mais trabalho e há mais consenso nacional, sabemos que se não for a força do Bloco de Esquerda imediatamente andamos para trás”, sinalizou, lembrando que, neste momento, está em curso um processo de regularização dos precários da Administração Pública e para “melhorar a lei para combater a precariedade do privado”.

Catarina Martins assinalou que há, do ponto de vista estrutural, na direita, mas também no Partido Socialista, uma “falta de respeito por quem trabalha”, o que faz que não “compreendam a absoluta necessidade de uma nova forma de olhar para as questões do trabalho”.

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