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Governo aprova orçamento da Lusa impondo novos cortes de pessoal

Questionado pelo deputado Jorge Campos na Assembleia da República, o Ministro da Cultura recusou-se a justificar este novo corte que contraria o orçamento de estado. 
Edifício da Agência Lusa - Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)
Edifício da Agência Lusa - Foto de Inácio Rosa/Lusa (arquivo)

O Plano de Atividades e Orçamento da Agência Lusa para 2017 foi esta terça-feira aprovado pelos acionistas da empresa. No entanto, o Estado - acionista maioritário - "impôs uma redução de quase meio milhão de euros em fornecimentos e serviços externos e gastos com pessoal", segundo uma notícia da própria Lusa. 

Segundo Teresa Marques, presidente da Agência Lusa, após a votação da Assembleia Geral de Acionistas, a representante do Estado apresentou uma declaração que "condiciona o voto favorável do acionista Estado ao ajuste da execução do orçamento, por forma a que haja uma redução, quer a nível de fornecimento e serviços externos, quer a nível de gastos com pessoal relativamente a aquilo que tinha sido orçamentado". 

"Em termos práticos", acrescentou ainda Teresa Marques em declarações à agência Lusa, isto "significa um corte de 250 mil euros em fornecimentos e serviços externos e cerca de 240 mil em gastos com pessoal". 

Este novo corte contraria a reposição dos cortes orçamentais de 30% aplicados por Miguel Relvas entre 2013 e 2015, que o atual governo anulou parcialmente em 2016 com a reposição de 20% do orçamento.

Como consequência deste novo corte, Teresa Marques coloca de parte avançar com as admissões de pessoal previstas no orçamento de estado, "mantendo-se assim o mesmo número de postos de trabalho registados em 2016." 

Havia uma previsão de reforço no número de trabalhadores, tendo em conta que o próprio contrato com o Estado prevê o aumento da produção e a presença em mais locais”, indicou a PCA, acrescentando que perante o corte no triénio anterior foi desenhado um “aumento de trabalhadores progressivo”.

Na audição parlamentar da Comissão de Cultura esta quarta-feira, o deputado Jorge Campos questionou o Ministro da Cultura sobre a situação: "A confirmar-se o que a própria presidente da Lusa diz, parece contrariar um pouco o que o orçamento de estado determinou. Porque das duas uma, ou o ministro está mal informado ou a Lusa está errada." O Ministro recusou-se a responder. 

 

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