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Mercados consideram quase certa falência de Portugal, diz FMI

Mercados consideram como quase certo o incumprimento do pagamento das dívidas de países como Portugal, diz o FMI. Incertezas sobre as perspectivas de crescimento justificariam essa análise, que o Fundo considera sobrestimada.
Fundo Monetário Internacional destaca que os mercados olham com desconfiança o risco provocado pelas incertezas quanto ao crescimento

O Fundo Monetário Internacional afirma que os mercados consideram como quase certo o incumprimento do pagamento das dívidas dos países europeus sobre pressão – referindo-se, entre outros, a Portugal. “Na verdade, algumas análises de mercado consideram como quase certo um evento de crédito em alguns países avançados” O 'evento de crédito' é o termo, no jargão financeiro, para incumprimento, parcial ou total.

No relatório Fiscal Monitor, divulgado esta quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional destaca que os mercados olham com desconfiança o risco provocado pelas incertezas quanto ao crescimento: “Existe um grau particularmente elevado de aversão ao risco no que diz respeito aos países europeus sob pressão do mercado, onde, apesar da melhoria nos fundamentos fiscais, continuam a pesar sobre o sentimento do mercado as incertezas sobre as perspectivas de crescimento e de passivos contingentes.”

Nesta quinta-feira, em reacção à aprovação do Orçamento de Estado para 2011, os juros da dívida pública portuguesa a dez anos atingiram níveis históricos, chegando aos 6,8%, contrariando as previsões de grande parte dos analistas económicos, que previam que os juros iriam baixar com a aprovação do Orçamento.

O FMI reconhece que os mercados estão a sobrestimar o risco de default (incumprimento) em várias economias avançadas, como é o caso de Portugal. “Apesar de a necessidade de ajustamento orçamental que alguns países avançados enfrentam seja realmente grande, não é algo sem precedentes”, destaca a instituição, salientando que “no passado, vários países enfrentaram tensões sérias nos mercados e a escalada dos juros da dívida mas conseguiram estabilizar a situação”. Por isso, “os actuais sinais dados pelos mercados não devem ser interpretados como conduzindo a um resultado negativo inevitável”, conclui.
 

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