Está aqui

Francisco Guterres Lu-Olo eleito Presidente de Timor-Leste

O novo presidente foi apoiado pela Fretilin e pelo CNRT, os dois maiores partidos de Timor-Leste. Marisa Matias esteve na missão de observação eleitoral.
Francisco Guterres Lu-Olo, o novo Presidente da República de Timor-Leste foi apoiado pela Fretilin de Mari Alkatiri e pelo CNRT de Xanana Gusmão – Foto de Antonio Dasiparu/Epa/Lusa
Francisco Guterres Lu-Olo, o novo Presidente da República de Timor-Leste foi apoiado pela Fretilin de Mari Alkatiri e pelo CNRT de Xanana Gusmão – Foto de Antonio Dasiparu/Epa/Lusa

As eleições presidenciais de Timor-Leste decorreram na passada segunda-feira, 20 de março, e o novo presidente eleito tomará posse a 20 de maio de 2017. Em julho deste ano realizar-se-ão eleições legislativas. O parlamento timorense tem 65 parlamentares.

Francisco Guterres Lu-Olo foi eleito Presidente da República de Timor-Leste com mais de 58% dos votos. A percentagem de votantes nestas eleições deverá ser superior a 70%.

Guerrilheiro entre 1975 e 1999

Francisco Guterres, popularmente conhecido como Lu-Olo (nome de guerra), é presidente da Fretilin e do Parlamento Nacional de Timor-Leste. Francisco Guterres nasceu em setembro de 1954, é um ex-guerrilheiro e dos raros timorenses que permaneceram na guerrilha desde a invasão da Indonésia, em 7 de dezembro de 1975, até à saída dos ocupantes, em outubro de 1999 (ver wikipedia). Concorreu pela terceira vez às eleições presidenciais de Timor-Leste, tendo perdido em 2007 e 2012.

Francisco Guterres Lu-Olo foi apoiado pelos dois maiores partidos de Timor-Leste, a Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) de Mari Alkatiri e o CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste) de Xanana Gusmão.

José Ramos-Horta, antigo Presidente de Timor-Leste, realçou o “consenso” entre Fretilin e CNRT, declarando à agência Lusa: "O país precisa disso. Não somos um país com décadas de existência, um Estado sólido e a estabilidade e a boa governação são essenciais acima de tudo".

Ramos-Horta realçou ainda que "a estabilidade só pode resultar de boa governação e qualquer coligação e consenso pode ser rompido se não houver boa governação". O ex-presidente, falando a favor do consenso entre Fretilin e CNRT, declarou ainda à Lusa: "Viajo muito pelo país, e comparo-o com há cinco ou dez anos. Basta ver a rede de estradas nacionais e rurais, o número de crianças na escola, a assistência médica, os indicadores de mortalidade infantil".

"E o povo no interior sente e sabe o que se passa. E isto joga a favor da estabilidade, da coligação, deste consenso entre a Fretilin e o CNRT", frisou ainda Ramos-Horta.

António da Conceição, segundo candidato mais votado

António da Conceição, secretário-geral do Partido Democrático (PD), foi o segundo candidato mais votado nestas eleições presidenciais de 2017 em Timor-Leste e terá obtido mais de 31% dos votos. Carlos Saky, vice-presidente do PD, foi dos primeiros adversários a felicitar Lu-Olo no facebook.

António da Conceição foi apoiado, segundo o Expresso, pelo Khunto - força ligada ao grupo de artes marciais Korka – e por militantes do Partido de Libertação do Povo (PLP), um novo partido que poderá vir a ser liderado pelo atual Presidente da República, Taur Matan Ruak.

Taur Matan Ruak, que não se candidatou a um segundo mandato presidencial, entrou em choque com o atual governo de coligação entre a Fretilin e o CNRT (com a participação do PD e da Frente Mudança). Segundo o Diário de Notícias, o atual presidente acusa o governo de seguir um modelo de desenvolvimento contraproducente e tentou mesmo chumbar o orçamento de 2016, mas foi obrigado a promulgá-lo pelo apoio conjunto de Fretilin e CNRT.

O ex-presidente da República de Timor-Leste Ramos-Horta considerou, nas suas declarações à Lusa, que o resultado de António da Conceição foi surpreendente por ter "conseguido acima de 30%, e com pouco dinheiro" em "um combate entre David e dois Golias, a Fretilin e o CNRT".

Marisa Matias na missão de observação eleitoral

A eurodeputada bloquista Marisa Matias esteve na missão de observação às eleições presidenciais de 2017 em Timor-Leste, juntamente com a eurodeputada Ana Gomes, e publicou vários posts na sua página no facebook.

 

Termos relacionados Internacional
(...)