Está aqui
França manifesta-se contra reforma laboral de Macron
Recorrendo ao mesmo expediente que François Hollande, o novo Presidente francês contornou o parlamento e promoveu uma reforma laboral sem precedentes, através de cinco decretos presidenciais. A nova Lei do Trabalho, de Emmanuel Macron, vai dar “plenos poderes ao patronato" e “é pior que a do ano passado”, defende Philippe Martinez, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT).
Sindicatos e estudantes consideram a reforma laboral de Macron uma "regressão social histórica" e Jean-Luc Mélenchon, o candidato da França Insubmissa que participou nos protestos em Marselha, qualificou-a como uma “golpe de estado social".
As novas medidas facilitam os despedimentos coletivos, incentivam os trabalhadores a resolver os problemas com a própria empresa e a não recorrer aos sindicatos, e flexibilizam horários e salários.
Para esta terça-feira, foram entregues 4 mil pré-avisos de greve e marcados 200 protestos que levaram milhares, entre sindicalistas e estudantes, às ruas de Paris (a CGT indica 60 mil pessoas), Marselha, Lyon e Nantes.
Em Paris, esta manhã, um grupo de feirantes e proprietários de empresas de diversão usaram vários camiões para bloquear parcialmente a circulação nos Campos Elísios e alguns acessos à cidade.
Segundo a imprensa francesa, devidos às greves e aos protestos, verificam-se complicações na circulação, perturbações nos transportes públicos, há escolas fechadas e empresas encerradas, a Ryanair anulou 110 voos e a Air France quase parou.
As outras duas centrais sindicais francesas, a FO e a CFDT, apesar de criticarem as reformas, não apelaram à participação nos protestos.
O Presidente francês reagiu aos protestos afirmando que não cederá perante "pessoas preguiçosas, cínicas ou extremistas".
Para dia 21 de setembro está já marcada uma nova jornada de luta, anunciou a CGT. A França Insubmissa também anunciou uma nova mobilização, para dia 23 de setembro.
Adicionar novo comentário