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FMI: austeridade vai agravar condições económicas da periferia da zona euro

A economia mundial vai crescer menos do que o esperado, a recessão europeia vai agravar-se e os bancos da periferia da zona euro vão continuar a ser um travão ao crescimento económico. O último relatório do FMI reconhece mesmo que a austeridade vai destruir as economias, embora não apresente nenhuma alternativa à política defendida pelo Fundo.
Relatório do FMI analisa consequências devastadoras da austeridade, mas persiste na política de austeridade defendida pela troika

O mais recente relatório do FMI aponta para uma revisão em baixa do crescimento da economia mundial, passando de uns já historicamente baixos 3,5% para 3,3%. A contribuir para o agravamento da perspetiva económica está, sobretudo, o fraco desempenho da economia europeia, agravando a recessão prevista de 0,1% para 0,3%. As previsões para a maior economia mundial, os Estados Unidos da América, também não são animadoras, devendo crescer apenas 1,9%, em detrimento da perspetiva de 2,1% estimada em Janeiro.

Mas é para a periferia da zona euro que o FMI estabelece as previsões mais pessimistas. Embora nunca individualizando a situação portuguesa, um dos elementos da troika diz que "no curto prazo, as condições na periferia [Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e Espanha] vão permanecer apertadas: os fardos da dívida deverão aumentar mais; os bancos vão continuar a enfrentar pressões de desalavancagem, custos de financiamento elevados, deterioração da qualidade dos ativos e lucros fracos".

Os constrangimentos da dívida e uma economia sem financiamento, diz o FMI, podem levar a economia ao colapso "em virtude dos impostos elevados, condições apertadas de crédito e procura doméstica fraca, o investimento deverá falhar a sua retoma e o crescimento desapontar". Sem crescimento económico, continua, "as receitas orçamentais podem ficar aquém do esperado e poderá não ser possível aliviar a consolidação orçamental como se projeta".

Mas, se a análise da situação é devastadora para as políticas de austeridade, o FMI não propõe qualquer alternativa à austeridade que vem defendendo para os países intervencionados pela troika – como Portugal.

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