Está aqui

FBI confirma investigação às relações entre Trump e a Rússia

O diretor do FBI confirmou definitivamente que está a decorrer uma investigação sobre as relações entre Trump e a Rússia, e confirmou também que houve um esforço russo para influenciar as eleições presidenciais.
Donald Trump por Michael Reynolds, EPA/Lusa
Donald Trump por Michael Reynolds, EPA/Lusa

As suspeitas de conluio com a Rússia por parte da equipa de Donald Trump durante o período eleitoral levou já à demissão de Michael Flynn, e apesar de ser conhecimento público de que haveria investigações a decorrer sobre possíveis relações, nunca veio a público uma suspeita verdadeiramente fundada.

Numa iniciativa inédita, os diretores do FBI e da NSA - os dois principais organismos de vigilância e informação dos Estados Unidos da América - foram ontem à Comissão de Informação [Inteligence Committee] do Congresso apresentar explicações sobre exatamente o que estavam a fazer sobre o assunto. James Comey, diretor do FBI, confirmou sem sombra para dúvidas de que sim, há uma investigação a decorrer sobre uma alegada colaboração entre a campanha de Trump e o regime russo para influenciar os resultados eleitorais das presidenciais de novembro.


Comey recusou até hoje comentar sobre a mera existência da investigação, obedecendo ao protocolo do FBI de não comentar processos. Mas agora, com o apoio do Departamento de Justiça e do diretor da NSA, Michael Rogers, decidiram revelar a investigação de forma a clarificar a sucessão de fugas de informação publicada na comunicação social.

Dos poucos detalhes que revelou, estes são os principais: a investigação das relações entre Trump e Moscovo tiveram início em julho de 2016, investigações que ainda decorrem; a investigação não se resume a uma única pessoa da equipa de Trump, havendo vários indivíduos sob investigação; tanto o FBI como a NSA confirmaram não haver qualquer prova que sustente a acusação de Trump onde Obama o estaria a espiar; também não houve qualquer colaboração com os serviços secretos britânicos, outra acusação de Trump; e as atividades dos agentes russos foram "particularmente barulhentas, como se Moscovo não tivesse qualquer problema em ser apanhado".

No entanto, durante a audiência, Donald Trump recorreu ao tuíter para afirmar o seu ponto de vista de que não haveria indícios de qualquer resultado prático das tentativas de influência russas, uma leitura abusiva que o diretor do FBI não recusou, dizendo apenas que "isso é algo que não nos compete avaliar". 

No entanto, não deixou dúvidas de que desde o início da investigação que se tinha tornado claro que havia a intenção expressa de Vladimir Putin em ajudar Donald Trump a chegar à Casa Branca.

O relatório entregue a Obama em dezembro de 2016 resultou da investigação iniciada em julho e apresentava estes indícios. Não há, no entanto, ainda uma data limite para o final das investigações.

Na audição, congressistas do Partido Democrata perguntaram especificamente se, além de Michael Flynn, que outros membros da equipa de Trump estariam sob investigação, incluindo o próprio Trump. O diretor do FBI não confirmou nem negou qualquer nome da lista.

(...)