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Eurodeputados apelam a uma Conferência para a Reestruturação das Dívidas Soberanas
Um grupo de 20 eurodeputados, na sua maioria chefes de delegação de vários partidos, de diversos países, e pertencentes a diferentes grupos políticos com assento no Parlamento Europeu, lançou esta terça-feira um apelo dirigido ao Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e com conhecimento a Jean-Claude Juncker, para a realização de uma "Conferência Internacional para a Reestruturação das Dívidas Soberanas dos Países Periféricos da Zona Euro e para o Relançamento do Investimento na União Europeia".
A iniciativa partiu dos eurodeputados Marisa Matias (Bloco de Esquerda) e João Ferreira (PCP), aos quais se juntou também Liliana Rodrigues (PS). Caberá agora a este grupo de primeiros subscritores promover a iniciativa junto dos demais deputadas das respetivas delegações e grupos políticos, de forma a recolher o maior e mais abrangente número de assinaturas possível antes de a missiva ser enviada a Donald Tusk na próxima semana.
Em seguida, o texto da carta e a lista dos primeiros subscritores (por ordem alfabética):
Exmo. Sr. Donald Tusk
Presidente do Conselho Europeu
(CC. Sr. Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia)
A recente decisão da Comissão Europeia de colocar vários países da zona euro sob vigilância por graves desequilíbrios macroeconómicos, nomeadamente por défice excessivo e aumento das dívidas públicas e do desemprego, ao mesmo tempo que a Alemanha tem um elevado excedente comercial, é apenas mais um sinal das assimetrias do euro e da falência das políticas de austeridade.
Na União Europeia, a crise não tem fim à vista e novos riscos, como a deflação, ameaçam ainda mais as economias mais fragilizadas. Os níveis de desemprego estrutural, o desemprego jovem e o aumento da pobreza e exclusão social não podem ser ignorados.
As recentes negociações entre a União Europeia e o governo grego demonstraram contudo uma incapacidade da Comissão Europeia e do Conselho Europeu para debateram políticas para lá do quadro da austeridade, o que não só atenta contra a democracia como recusa retirar consequências do rumo destrutivo seguido até hoje.
Consideramos por isso ser urgente um debate europeu que ultrapasse as atuais políticas de austeridade, permitindo construir políticas baseadas no desenvolvimento económico, emprego e progresso social na União Europeia. Esse debate exige a convocação de uma Conferência Internacional para a Reestruturação das Dívidas Soberanas dos Países Periféricos da Zona Euro e para o Relançamento do Investimento na União Europeia.
Com os melhores cumprimentos,
Marina Albiol, MEP
Martina Anderson, MEP
Nessa Childers, MEP
Dennis De Jong, MEP
Stefan Eck, MEP
Cornelia Ernst, MEP
João Ferreira, MEP
Luke Flanagan, MEP
Eleonora Forenza, MEP
Pablo Iglesias, MEP
Josu Juaristi, MEP
Rina Ronja Kari, MEP
Katerina Konečná, MEP
Merja Kyllönen, MEP
Patrick Le Hyaric, MEP
Marisa Matias, MEP
Jean-Luc Mélenchon, MEP
Dimitrios Papadimoulis, MEP
Liliana Rodrigues, MEP
Neoklis Sylikiotis, MEP
Comentários
Um contributo para Conferência
UMA ESTORIA GREGA…….
Enquanto o Ministro da Defesa ameaça com a invasão da Alemanha, se os restantes membros da UE nao cederem as exigencies do governo grego, o Ministro das Finanças ,Yanis Varoufakis, ( em declaraçoes num documentário transmitido na segunda-feira, dia da última reunião do Eurogrupo) explica que a culpa nao foi dos gregos, mas dos banqueiros, que “…agiram como se a Grécia não estivesse falida, como se tivesse apenas uma insuficiência de liquidez”,…… em maio de 2010, “deu-se ao país mais falido da História o maior empréstimo da História, como fariam banqueiros corruptos de terceira categoria”. “Foi um crime contra a Humanidade”, conclui Yanis Varoufakis. (in Observador e outros )
Decisao do Governo Grego em 08.03.2015, por proposta apresentada pelo Ministro das Finanças, Yanis Varoufakis:
“Governo grego decidiu retirar 555 milhões de euros que restavam no Hellenic Financial Stability Fund (HFSF). Os 555 milhões de euros que ainda estão no fundo serão provenientes de comissões pagas pelos bancos gregos pela recapitalização destas instituições com fundos públicos”.
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