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EUA: Investigadores vão sair à rua contra a visão “anticientífica” de Trump

A defesa da ciência e a partilha pública das investigações que Trump está a tentar proibir, estão na origem de uma manifestação que a comunidade científica norte-americana vai organizar no próximo dia 22 de abril, nos Estados Unidos.
A comunidade científica vai sair à rua para protestar contra as restrições que Trump quer impor à investigação científica. Foto Alek.S/Flickr
A comunidade científica vai sair à rua para protestar contra as restrições que Trump quer impor à investigação científica. Foto Alek.S/Flickr

A manifestação- que os organizadores pretendem que tenha expressão em todo o país – será acima de tudo um grito de revolta daqueles que não qerem resignar-se com o que qualificam como a visão “anticientífica” de Donald Trump, nem com a imposição do silêncio de quem nega as evidências e emite ordens proibindo, por exemplo, os funcionários da Agência Nacional de Proteção Ambiental (EPA) e também do Departamento de Agricultura de tornarem públicas e partiharem as investigações resultantes do seu trabalho, nomeadamente as que se prendem com as alterações climáticas.

o mais importante é que a marcha seja um sucesso, constituindo-se como um momento marcante na defesa dos valores da ciência e da atividade científica

O protesto já mereceu o apoio de várias personalidades de relevo no mundo científico como Rush Holt, Presidente da maior e mais prestigiada Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAS), além de outras organizações como a Union of Concerned Scientists, e a ClimateTruth.org que também já manifestaram a sua solidariedade e adesão a esta iniciativa.

Refira-se que no final da Conferência anual da AAS que teve lugar neste domingo na cidade de Boston e que reuniu mais de 2 mil pessoas ligadas à investigação científica, houve uma ação que foi qualificada como um "ensaio geral" para a manifestação e que levou os participantes a encheram a Copley Square uma vez que estes pretendem que o protexto tenha um impacto idêntico ao da marcha que reuniu milhares de mulheres e homens a 21 de janeiro, um dia depois de o atual Presidente norte-americano ter tomado posse.

“Unidos na defesa da ciência”

Apesar de algumas vozes temerem a “infiltração de provocadores e a possibilidade de a marcha terminar em violência”, a organização da manifestação está sobretudo determinada a contrariar o retrocesso e a censura que a nova administração da Casa Branca quer impor à área da investigação considerando que o mais importante é que a marcha seja um sucesso, constituindo-se como um momento marcante na defesa dos valores da ciência e da atividade científica, cujos pilares assentam na “liberdade de pensamento, conhecimento e da sua comunicação”.

Para ilustrar esta determinação, basta atentar nas palavras de Rush Holt que a este propósito afirmou: "Nunca vi nada como isto em todas a minha carreira” numa alusão à forma como cientistas jovens e mais velhos"estão unidos na defesa da ciência", contra o que classificam como desrespeito da nova administração da Casa Branca pela área científica e pelos os seus valores.

Em Portugal e noutros países europeus estão igualmente previstas ações de protesto contra as políticas do presidente norte-americano em relação a este setor que é vital para a qualidade de vida das populações e para a sua segurança.

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