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Esta quarta-feira esgotam-se os recursos naturais do Planeta disponíveis para este ano

Segundo destaca a associação ambientalista ZERO, “Portugal é um contribuinte ativo para esta situação, uma vez que, se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam necessários 2,3 planetas”.
Imagem de satélite. Foto Wikimedia.

Na sua página de internet, a ZERO explica que “todos os anos é apresentada uma estimativa sobre o dia em que a Humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para esse ano, ou seja, o orçamento natural, habitualmente designado como Overshoot Day”.

Em 2017, o limite é atingido esta quarta-feira, dia 2 de agosto, quando no ano passado foi a 8 do mesmo mês.

“O último ano em que respeitámos o nosso orçamento natural anual foi em 1970”, lembra a ZERO.

A Associação destaca que “Portugal é um contribuinte ativo para esta situação, uma vez que, se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam necessários 2,3 planetas”.

Entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal constam o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%), constituindo assim pontos críticos para intervenções de mitigação da Pegada.

A ZERO alerta que “é urgente alterar esta tendência insustentável”: “Num mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente”.

Enfatizando que “a mudança necessária rumo à sustentabilidade não será atingida apenas pela ação individual dos cidadãos”, sendo que “a ação política e das empresas em diferentes sectores é crucial”, a Associação apresenta um conjunto de propostas para reduzir o défice ambiental.

Para a ZERO, “a aposta numa Economia Circular, onde efetivamente a utilização e reutilização de recursos é maximizada, deverá ser uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”.

A Associação propõe ainda “a promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável (a começar nas escolas, mas a integrar de forma abrangente em toda a sociedade)”, bem como a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, nomeadamente através da melhoria do acesso e das condições de operação dos transportes públicos, da disponibilização de infraestruturas e condições que estimulem a mobilidade suave e da partilha do transporte (car-sharing) ou mesmo a transição para a mobilidade elétrica.

A ZERO considera que “cada um de nós pode ter também um papel muito importante, desde logo através da pressão que podemos colocar em todo o sistema de produção”.

Exigir, a nível político e empresarial, a democratização da sustentabilidade, alterar a dieta alimentar ou evitar usar o carro individual são alguns dos contributos que a Associação nos propõe.

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