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Erdogan promove purga e ameaça repor pena de morte

O presidente turco ordenou a demissão de perto de três mil juízes e procuradores e a detenção de dez elementos do Conselho de Estado. Prometendo que os “golpistas “vão pagar caro” pela “traição”, Erdogan assinalou que a pena de morte pode voltar a ser implementada no país.

A pena de morte foi abolida na Turquia há doze anos, porém, Erdogan admite, na sequência da tentativa de golpe militar, que esta possa voltar a ser implementada no país.

Essa mesma indicação foi dada pelo primeiro-ministro: “A pena de morte não está na Constituição, mas podemos pensar em mudanças legislativas”, sublinhou Binali Yildirim.

Numa conferência de imprensa que teve lugar este sábado de manhã, Yildirim destacou que “qualquer país que esteja ao lado” do imã Fethullah Gulen, acusado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, como estando atrás da tentativa de golpe de Estado, “não será amigo da Turquia e será considerado como estando em guerra com a Turquia”.

O primeiro-ministro turco afirmou ainda que “quem abriu fogo contra os cidadãos turcos é pior que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK)” e que “a Nação nunca vai esquecer aqueles que cometeram traição”.

Este sábado, Erdogan ordenou a demissão de perto de três mil juízes e procuradores e a detenção de dez elementos do Conselho de Estado. Mais de 2.800 soldados suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado foram detidos até ao momento.

O presidente turco pediu aos Estados Unidos que extraditem rapidamente o clérigo Fethullah Gülen, outrora um dos seus principais aliados, pedido a que Washington está disposto a aceder mediante “provas concretas” da sua suposta traição.

Gülen nega, por sua vez, qualquer envolvimento na tentativa de golpe e sugere que o mesmo não passou de uma encenação de Erdogan para reforçar os seus poderes, uma teoria que tem ganho adeptos. 

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