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Descoberto o primeiro exoplaneta potencialmente habitável

O Kepler-186f fica a 500 milhões de anos-luz, na constelação de Cisne. É o primeiro planeta extra-solar com semelhanças à Terra que, em teoria, poderia ter água líquida à sua superfície.
Ilustração da NASA
É extremamente difícil detectar e confirmar (a existência de) estes planetas do tamanho da Terra. Ilustração da NASA

A descoberta do primeiro planeta extra-solar com semelhanças à Terra foi anunciada esta quinta-feira por uma equipa internacional de astrónomos. O planeta que, em teoria, poderia ter água líquida à sua superfície, fica a 500 milhões de anos-luz, na constelação de Cisne, e recebeu o nome Kepler-186f. É o quinto planeta – e o mais exterior – do sistema da estrela anã Kepler-186.

A descoberta foi feita através das observações do telescópio orbital Kepler, e dos telescópios Keck e Geminis, que confirmaram a sua existência.

O anúncio foi feito numa conferência com os cientistas Douglas Hudgins, da Divisão de Astrofísica da Nasa, e Elisa Quintana, do projeto SETI (Busca de Inteligência Extra-Terrestre, na sigla em inglês).

Sonda Kepler

A sonda e telescópio orbital Kepler, um observatório espacial projetado pela NASA, teve como missão procurar planetas extra-solares e foi lançada em 6 de março de 2009. Em maio de 2013 apresentou avarias no seu sistema giroscópico, e em 15 de agosto do mesmo ano, a NASA anunciou que desistira de consertá-la. Mas os dados recolhidos enquanto funcionou estão ainda a ser analisados.

Os primeiros resultados foram anunciados em 2010, e revelaram a descoberta de cinco planetas em “zonas habitáveis” dos respetivos sistemas solares, mas todos demasiado grandes – um do tamanho próximo ao de Neptuno e quatro do tamanho de Júpiter. Em contrapartida, o Kepler-186f é de um tamanho aproximado ao da Terra.

Uma das maiores aventuras da investigação espacial

A busca de planetas semelhantes à Terra é uma das maiores aventuras da investigação espacial atual, e apesar de se terem detetado já centenas de planetas do tamanho da Terra e mais pequenos, circulam em órbitas demasiado próximas da sua estrela, o que torna difícil que haja água líquida na sua superfície.

A busca de planetas semelhantes à Terra é uma das maiores aventuras da investigação espacial atual.

O método que os cientistas usaram durante anos para localizar exoplanetas que não podem ser observados diretamente é a "diminuição de luminosidade" que ocorre quando algum objeto transita à frente de uma estrela, do ponto de vista da Terra, e causa uma redução na luz vista. O sistema de trânsito, no entanto, não produz uma certeza, já que pode haver outras razões para a diminuição da luminosidade, e por isso os cientistas têm acrescentado uma técnica denominada padrão de trânsito múltiplo.

“É extremamente difícil detectar e confirmar a existência destes planetas do tamanho da Terra"

Queremos encontrar mais”

Por isso foram importantes também as observações do telescópio Géminis Norte, de oito metros e do seu vizinho telescópio Keck II de dez metros, ambos situados em Mauna Kea, Hawai. “É extremamente difícil detectar e confirmar (a existência de) estes planetas do tamanho da Terra e agora que encontrámos um, queremos encontrar mais", disse Elisa Quintana, cientista do SETI.

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