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CT's do parque Autoeuropa apoiam “qualquer solução” que sirva interesses dos trabalhadores

Coordenadora das CT's do parque industrial da Autoeuropa alerta para gravidade da situação no parque, após demissão da CT da Autoeuropa, e manifesta disponibilidade para “apoiar qualquer solução que sirva os interesses dos trabalhadores”.
Coordenadora das CT's do parque industrial da Autoeuropa alerta para gravidade da situação - Foto de Miguel A. Lopes/Lusa
Coordenadora das CT's do parque industrial da Autoeuropa alerta para gravidade da situação - Foto de Miguel A. Lopes/Lusa

Em referendo realizado a 28 de julho passado, os trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram o pré-acordo, a que a Comissão de Trabalhadores (CT) tinha chegado com a empresa. (aceda a notícia do esquerda.net: CT da Autoeuropa chega a acordo com a empresa sobre horários)

Nesse pré-acordo, segundo a CT (aceda aqui), estabelecia-se que a fábrica passaria a laborar 6 dias por semana com subsídio de turno pago a 25%, cada trabalhador receberia um bónus de 175 euros mais um acréscimo de 10% no subsídio de turno, trabalhariam 38,2 horas por semana em vez de 40 horas e teriam mais um dia de férias.

Perante a rejeição deste pré-acordo, com 74,8% de votos contra, a comissão de trabalhadores apresentou a demissão. As novas eleições só serão marcadas depois das férias, após 28 de agosto.

Entretanto, o sindicato Site-Sul manifestou a sua oposição à alteração dos horários de trabalho, proposta pela empresa. Em reunião realizada entre o Site-Sul e a administração da Autoeuropa no passado dia 2 de agosto, o Site-Sul reafirmou a sua posição e diz que “a administração quer fazer crer que a rejeição dos trabalhadores se reporta, tão só, às «compensações» e não quer admitir que aquilo que de facto se passou foi a clara rejeição da obrigatoriedade do trabalho ao sábado”. Para o próximo dia 30 de agosto está marcada greve pelo Site-Sul, que realizará um plenário de trabalhadores a 28 de agosto.

Entretanto, em comunicado, a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa alerta que, com a demissão da CT da Autoeuropa, se poderá dar “uma enorme fragilidade da organização dos Trabalhadores sendo esta muito grave para todo o complexo industrial”.

A coordenadora refere que “ao longo de mais de 20 anos de diálogo social foram sempre encontradas soluções, não apenas para os Trabalhadores da Autoeuropa mas também para os Trabalhadores do Parque Industrial” e que quaisquer decisões tomadas na Autoeuropa “terão efeitos nas empresas e no Parque Industrial”.

A coordenadora das CT's mostra-se disponível “para apoiar qualquer solução que sirva os interesses dos trabalhadores”, recusa “alimentar o extremar de posições” e apela a que “mais do que esmiuçar divergências, se esclareçam os Trabalhadores e não se confundam”.

“Está muito em causa, mais do que interesses financeiros”, sublinham.

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