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Corrupção nos submarinos já tem arguidos no Grupo Espírito Santo
O destino dos 30 milhões de euros pagos à Escom pelo consórcio alemão que vendeu os submarinos a Portugal ainda não foi apurado pela justiça portuguesa, mas a investigação já fez três arguidos, noticia esta quarta-feira o jornal i. Helder Bataglia, Luís Horta e Costa e Pedro Ferreira Neto são os primeiros arguidos deste processo aberto a partir das escutas telefónicas do processo Portucale. Nas conversações e documentos apreendidos, os investigadores encontraram indícios de acordos entre Luís Horta e Costa, então presidente da Escom, com Paulo Portas e Abel Pinheiro, o responsável financeiro do CDS. Horta e Costa e Abel Pinheiro também foram acusados no caso dos sobreiros na herdade dos Espírito Santo.
A suspeita do pagamento de comissões a políticos com intervenção no negócio esteve na origem da investigação que se tem prolongado no tempo. A justiça alemã já julgou e condenou alguns administradores do consórcio da Ferrostaal, por corrupção na venda de submarinos a Portugal e à Grécia. Os três arguidos da Escom estão indiciados por crimes de corrupção ativa, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
O jornal i adianta que a Procuradoria de Munique enviou em 2010 um email às procuradoras Carla Dias e Auristela Pereira a alertar para pagamentos à empresa Escom UK, também do universo do Grupo Espírito Santo. "Temos a suspeita de que esses pagamentos terão sido corruptos", dizia, os invetigadores alemães.
Escom diz que o Grupo Espírito Santo estava a par de tudo
Do lado da Escom, a reação surgiu em forma de comunicado a negar qualquer ilegalidade do negócio e a garantir que a empresa agiu sempre com "o total conhecimento e concordância dos seus então acionistas", onde se destacava o Grupo liderado por Ricardo Salgado com 75% do capital, antes de vender a sua participação à Sonangol, noutro negócio que está a ser investigado pela justiça.
As ligações entre o CDS e o Grupo Espírito Santo ficaram bem explícitas nas conversas mantidas entre o presidente da Escom e o tesoureiro do partido e o depósito de um milhão de euros numa conta do CDS no BES nos últimos dias de 2004 voltou a levantar suspeitas. Para justificar esse valor, o partido emitiu recibos com nomes notoriamente falsos, fazendo-os passar como donativos de supostos apoiantes.
A investigação na Alemanha permitiu concluir que foram pagos 62 milhões em luvas pela Ferrostaal a portugueses e gregos. Na Grécia, o então ministro da Defesa Akis Tsochatzopoulos, que adquiriu quatro submarinos, foi detido no ano passado por suspeita de corrupção e acabou condenado por fraude fiscal por ocultar a sua riqueza ao fisco. Em Portugal, sete anos depois do início da investigalçao, foram agora constituídos os primeiros arguidos, mas aparentemente ninguém consegue descobrir a identidade dos responsáveis que receberam as luvas milionárias da empresa alemã para um mais um negócio ruinoso de material militar.
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